14 Jan 2022, 0:00
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A Livraria conta já com 18 anos no mercado e é a única livraria no país especializada em poesia e teatro. Valter Hugo Mãe chamou-lhe “livraria gourmet” e, de facto, a Poetria é uma forma de estar que aposta quer nas suas próprias edições, quer nas artes poéticas de diversos autores portugueses, literatura inglesa, poesia brasileira e em pequenas editoras, representando também algumas das mais importantes editoras portuguesas e estrangeiras. “A Poesia cura, o teatro é vida”, é a epígrafe desta livraria independente, onde o amor a uma causa é fonte de perseverança. Mais do que uma livraria, a Poetria pretende ser um “ponto de encontro, de troca de informação entre pessoas e livros e de divulgação da poesia e do teatro.”
Depois de dois anos de luta e resiliência, entre ordens de despejo, propostas de indemnizações, petições públicas e mobilizações cívicas, a Poetria abre agora as portas no número 115 da Rua de Sá de Noronha, a escassos 100 metros da casa anterior. Está num espaço maior, com dois andares, que podem ser preenchidos com ainda mais livros, mas também com eventos como apresentações e debates. A livraria pode ser visitada de segunda a sábado, das 12.00 às 19.00.
"Esta é a nova porta da Poetria e de todos os que cá quiserem entrar", anunciam nas redes sociais. "Após algumas semanas de reveses e contratempos, não cabemos em nós de tão felizes. Sim, ainda faltam algumas coisas, como desempacotar e organizar livros, comprar um letreiro, pendurar luzes e um novo vinil para escrevermos poemas, mas as saudades apertam e a ânsia de partilharmos a nova casa da Poetria também."
Recorde-se que, em 2019, os lojistas das Galerias Lumière – onde a Poetria estava instalada – começaram a ser contactados para abandonar o edifício, uma vez que seria convertido em hotel. Os donos da livraria resistiram às ordens de despejo e rejeitaram qualquer indemnização por parte da empresa imobiliária proprietária, por considerarem que o contrato de aluguer ainda seria válido. Em Setembro de 2021, a Câmara Municipal do Porto aprovou por unanimidade a decisão de ceder um imóvel arrendado à livraria durante dois anos, com possibilidade de renovação.