24 Apr 2023, 0:00
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Três casas camarárias devolutas e por atribuir eram usadas para o tráfico de droga, no Bairro da Pasteleira Nova.
Os membros da rede “Pica-Pau/Picolé”, um dos principais grupos criminosos da zona Norte, apoderaram-se destas residências para guardar o dinheiro e a droga e para esconder os traficantes durante as fugas à polícia, avança o JN.
Os traficantes tinham uma escala rotativa das casas de fuga para enganar a polícia. Além disso, para que as casas não fossem descobertas, os membros da rede dividiam-se em dois turnos, um matinal e um vespertino, para as vigiar.
Para além destas três casas, o grupo servia-se ainda das residências de pelo menos quatro moradores, que foram pagos para cederem as habitações para apoiar o negócio.
As casas de apoio mudavam diariamente, seguindo uma escala previamente definida por Vanessa Lemos, comadre do “Barão da Pasteleira”, Fábio Ribeiro, articulada em conjunto com os moradores.
Na passada quinta-feira, o grupo foi desmantelado pela PSP, naquela que foi uma das maiores operações dos últimos anos. Foram realizadas mais de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que resultaram em 15 detenções.
A PSP apurou que a rede não só vendia diretamente aos consumidores, como também fornecia droga a revendedores de outras cidades. A especialidade eram a heroína e a cocaína, mas também traficava haxixe e drogas sintéticas, esporadicamente.