5 May 2022, 0:00
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O fim da obrigatoriedade da máscara em locais como escolas, supermercados ou centros comerciais já começa a fazer-se sentir segundo os relatos de Henrique Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, que revelou à CNN Portugal os últimos dados sobre a Covid-19 em Portugal.
“Teremos um aumento de casos. O efeito [da retirada] das máscaras está a ser notado. Ainda é leve, mas os casos provavelmente aumentarão”, diz ele.
A previsão é, portanto, que nos próximos dias a barreira dos 15 mil casos diários possa ser atingida novamente, algo que Henrique Oliveira diz que só acontecerá se os testes continuarem a ser realizados com regularidade, o que nem sempre aconteceu.
"Talvez não vejamos isso, porque, como os testes deixaram de ser gratuitos nas farmácias, as pessoas vão deixar de recorrer tanto aos testes”, disse.
Se estas previsões se confirmarem, seria um aumento para quase o dobro do número de casos, face ao último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) que apontou 57.267 casos de 19 a 25 de abril, uma média diária de 8.181 casos.
A estimativa de Henrique Oliveira é que o número de casos aumente nas próximas duas a três semanas, mas depois espera-se uma diminuição.
“Depois de duas, três semanas, os nossos modelos matemáticos dizem que, apesar de ter tirado a máscara, essa subida será revertida e começaremos a ver uma descida que se acentuará em junho e julho. Nenhum apocalipse está para chegar”, disse.
Mesmo assim, o professor lembra que esse cenário é traçado sem levar em conta a possibilidade do surgimento de uma nova variante, que em nível estatístico tem surgido a cada quatro meses.
Henrique Oliveira conclui que as previsões apontam para “um verão tranquilo”, até porque apenas um terço das mortes atualmente registadas pela Covid-19 se devem efetivamente à doença. Os outros referem-se a casos de pessoas que tiveram outra causa de morte, mas que testaram positivo antes de morrer. O facto de o número de óbitos ser relativamente baixo e de Portugal ter uma elevada cobertura vacinal facilitam enfrentar um possível novo pico.