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O Primeiro de Janeiro

28 Mar 2025, 10:18

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A maioria silenciosa

NOVOS TEMPOS
Por Sérgio Carvalho

Há poucos dias, a Santa Sé publicou o Annuario Pontificio 2025 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2023, revelando os dados estatísticos da população católica no mundo. 

Verifica-se, segundo os dados apresentados, que os católicos no mundo são 1.406 milhões de pessoas, correspondendo a um aumento de 1,15%, somando mais 16 milhões de fiéis. A população católica cresceu nos cinco continentes, destacando-se a África com o maior aumento (+3,31%). Relativamente ao número de sacerdotes, na África e na Ásia o seu número aumenta. Por seu lado, na Europa, Oceânia e América diminuem. Globalmente, o número de religiosos professos e seminaristas maiores também registam uma diminuição significativa. 

A distribuição dos católicos por continente é de 20% na África, 47,8% na América, 11% na Ásia, 20,4% na Europa e 1,9% na Oceânia. 

O país com maior número de católicos continua a ser o Brasil com 182 milhões de fiéis, mas aqueles que registam uma incidência acima de 90% da sua população como católica são a Argentina, Colômbia, Paraguai, Itália, Polónia e Espanha. 

Durante esse período, uma Metrópole foi criada; três sedes episcopais foram elevadas a Sedes Metropolitanas; foram criadas sete novas dioceses; uma Sede Episcopal foi elevada a arquidiocese e uma Administração Apostólica a Diocese. 

Estes números revelam que, apesar da sensação que temos aqui, na velha Europa, o catolicismo continua a crescer e apresenta novas configurações e dinamismos. 

Vê-se que, em algumas latitudes, onde existem poucos sacerdotes e o rácio de sacerdote por mil habitantes é menor, as comunidades católicas crescem exponencialmente. Isto mostra à nossa Europa, que ainda congrega cerca de 38% do total de padres do mundo inteiro que o número de padres não é sinónimo de fé e de dinamismo e vida. Em todo mundo existem 406.996 sacerdotes. As comunidades congregam-se em torno de outros agentes pastorais. 

Os católicos são uma maioria silenciosa, mas empenhada na transformação da sociedade. A Igreja Católica é a maior organização sócio caritativa do mundo, com milhares de instituições de ensino e de saúde. E contra factos não há argumentos. 

Por vezes, parece que tudo está a declinar, mas o que seria do nosso país se a rede de instituições de solidariedade social ligadas à Igreja Católica desaparecesse de um dia para o outro ou se deixassem de exercer a sua missão de viver o amor ao próximo? Quantas pessoas ficariam sem assistência, alimentação, educação e cuidados…

Os católicos constroem, silenciosamente, o reino de Deus na Terra. Vão fazendo surgir os novos céus e a nova Terra de que fala o livro do Apocalipse. Lançam sementes de um amanhã mais radioso. 

Esta maioria silenciosa, guiada pelo Espírito de Jesus, por vezes ferida pelas fraquezas do género humano, vai fazendo o caminho que o seu Mestre de Nazaré lhe legou: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. 

Se todos os membros desta maioria silenciosa vivessem como nos tempos apostólicos, muitos mais seriam, pois aquilo que fez com que multidões aderissem à fé foi o amor que os primeiros cristãos viviam e partilhavam. Os pagãos diziam: «olhai como eles se amam…»
Contra os ventos e marés, a barca de Pedro segue para águas mais profundas e faz-se ao largo…


Sérgio Carvalho, Professor e Jornalista
 

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