A noite mais longa do ano teve muita animação e festa até de madrugada

Há quem diga que, nesta noite, a cidade não dorme. E é bem verdade. Em casa, na rua, nas associações, em programas de freguesia, qualquer lugar serve para festejar o São João. Entre amigos, famílias, a "turistar" para mais tarde recordar. Este ano, com o céu, de quando em vez, a relampejar, misturado com os milhares de balões. E, como manda a tradição, o fogo de artifício a criar uma atmosfera única, cheia de energia e beleza.

Desde muito cedo que as margens do rio Douro ficaram ocupadas com milhares de pessoas, portuenses e turistas, a guardar lugar para ver os anunciados 16 minutos de fogo que marcaram, este ano, as festividades. E com a novidade de ter sido distribuído pelas pontes Luís I e da Arrábida.

Em termos oficiais, e depois da distribuição, pelo Município, de 900 manjericos, os dois presidentes de câmara - do Porto e de Vila Nova de Gaia - brindaram, na Ponte Luís I, ao sucesso da noite mais longa das duas cidades. Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues voltaram a encontrar-se para celebrar o São João, com o tradicional brinde de vinho do Porto, no centro do tabuleiro inferior da ponte.

O brinde entre os autarcas marca, simbolicamente, o arranque das festividades. Mas, antes do brinde, Rui Moreira fez o habitual passeio pela Ribeira, num encontro informal com a festa e com os portuenses. Todos aproveitavam já o tempo para "brincar" ao S. João, com as marteladas e, de quando em vez, os cheiros dos já menos vistos alhos-porro, e para jantar, entre sardinha assada, pimentos, fêveras.

Primeiro-ministro marcou presença

Também na Casa do Roseiral, o Município organizou um jantar de S. João. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, participou nos festejos, liderando uma "comitiva" que incluiu dois candidatos presidenciais (Marques Mendes e Gouveia e Melo) e vários concorrentes à segunda maior autarquia do país.

O chefe do Governo chegou, acompanhado da mulher, e já depois de ter estado nas Fontainhas. Também o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, marcou presença do evento, sendo os dois altos dignatários recebidos pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, que também recebeu o presidente da Xunta da Galiza, Alfonso Rueda, que, durante a manhã, recebeu as chaves da cidade.
 

Com uma vista privilegiada sobre o rio Douro, todos puderam assistir ao fogo de artifício. Nessa altura, o céu estava limpo (claro, cheio de balões, aproveitando a janela de interrupção do espaço aéreo), a contrastar, momentos antes, com uma forte, mas breve chuvada. À meia-noite estava dado o mote: 16 minutos de um espetáculo cheio de luz e cor.

Este ano houve mais locais para ver este espetáculo com toda a imponência. Assim, para além da habitual zona da Ribeira, a população pode assistir ao fogo de artifício a partir do parque de estacionamento da Alfândega, da zona superior da Rua da Restauração, do Passeio das Virtudes e da marginal, entre o Cais das Pedras e a Ponte de Arrábida, entre outros.

A cidade já fervilhava, então, de ritmo e festa, sobretudo nos três palcos principais, com música para todos os gostos – mas com alegria garantida. Por exemplo, no Largo do Amor de Perdição, a noite foi dedicada à música popular, com concertos de Herman José e Quim Barreiros e o DJ SET de Pimbáu b2b DJ Paulo Cunha Martins.

Já nos Jardins do Palácio de Cristal ficou instalado o palco mais "pop" do São João, onde as cantoras Claúdia Pascoal e Ana Bacalhau apresentaram os seus sucessos mais recentes. A fechar a noite, houve música para dançar ao som da Equipa Turbó Baile.

Na Casa da Música, o palco abriu com Tio Jel, seguindo-se Ena Pá 2000 (mítica banda da Manuel João Vieira, que para este concerto convidou João Melo, vocalista dos 

Fúria do Açúcar) e terminando com o DJ Fernando Alvim, nas primeiras horas do feriado municipal.

Pela primeira vez, todos os concertos nos palcos principais tiveram interpretação em língua gestual portuguesa.

E a noite se fez dia, com o regresso a casa, feito, sobretudo, nos transportes públicos, com STCP e Metro do Porto a reforçar os serviços durante toda a noite. E, para o ano, a cidade voltará, como sempre, a vibrar e a não dormir com o "seu" São João.

Fonte: CM Porto
Foto: CMP | Rafael Lomba