20 Jun 2024, 7:55
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A Assembleia Municipal do Porto aprovou, esta segunda-feira, a prorrogação do prazo para entrega das propostas relativas à concessão da conceção, construção, conservação e exploração da área habitacional para arrendamento acessível nos Monte Pedral e Monte da Bela. Ambos os documentos foram aprovados com os votos contra da CDU e BE.
Em resposta às críticas do BE, o vice-presidente da Câmara garantiu que, para o atual Executivo, o que "interessa é criar habitação". "O que é que o Município fez no Bairro da Tapada, nas ilhas da Lomba? Investimento municipal, mantendo lá as pessoas", sublinhou Filipe Araújo, recordando, nestes casos, o direito de preferência usado pela autarquia.
"Desengane-se quem ache que será só o setor público a resolver o problema da habitação em Portugal. Não me lembro, quando o BE esteve associado com o PS na geringonça, ter construído milhares de casas. Provavelmente nenhuma", acrescentou o vice-presidente.
Para José Maria Montenegro, deputado do movimento "Rui Moreira: Aqui Há Porto", este assunto revela que "estes projetos são relevantes" e que "não desistamos deles". "Que eles sejam protagonistas de uma inovação, de tentativa de soluções alternativas e complementares ao problema da habitação", acrescentou.
Marco Leitão, do PS, referiu que para o seu partido não está em causa o modelo a ser seguido. "Relevante é encontrar-se um mais adequado, eficaz, financeiramente menos dispendioso e que sirva os interesses dos portuenses para cada situação em concreto. Importante é também executar o melhor possível", disse.
Para a deputada social-democrata Sílvia Soares, "estes dois projetos são prioritários para enfrentar a crise habitacional e garantir a disponibilizar de habitação a preços acessíveis", não deixando também de congratular o Executivo "pelas boas práticas" seguidas nesta área.
Já a deputada do BE, Elisabete Carvalho, referiu que os dois projetos recordam "decisões que levaram à destruição de edificado municipal", ficando a autarquia, no tempo do anterior executivo liderado por Rui Rio, "com menos uma centena de habitações disponíveis e com dois belíssimos terrenos com vista de rio para a especulação".
Agora, disse, "as casas para as pessoas que delas precisam não podem ser uma qualquer experiência, muito menos na escolha de tipo de modelo de negócio", como seja a opção por parceria público-privadas. "Deixa de fora os mais frágeis, com menos rendimentos", concluiu Elisabete Carvalho.