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O Primeiro de Janeiro

2 Dec 2025, 8:56

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André Villas-Boas: “É por causa dessa força que o FC Porto continua a incomodar tanta gente”

O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, discursou na abertura da 38.ª edição dos Dragões de Ouro

No “momento em que o Clube olha para dentro e reconhece não só aqueles que mais se distinguiram na época passada, mas também aqueles que elevam o bom nome do FC Porto ao longo do tempo e que marcaram profundamente a sua história”, André Villas-Boas fez questão de enaltecer “os valores do trabalho, da exigência, do rigor e da transcendência, valores que levam a ter uma cultura de vitória e uma sede de vencer que distingue o FC Porto dos demais”.

Na abertura da 38.ª edição dos Dragões de Ouro, o presidente explicou que “o portista distingue-se pelo seu carácter, pela sua persistência, pela sua vontade de vencer e pela luta intransigente pelos seus valores”, recordou com saudade Jorge Nuno Pinto da Costa - “o maior dirigente desportivo do futebol mundial” - e Jorge Costa - “exemplo de coragem, de lealdade e de paixão pelo emblema” -, lembrando que “sem memória, não há história e sem memória, não há futuro”.

Depois de “um ano duro” foram tomadas “decisões exigentes e difíceis” e contratados atletas cientes de que “é preciso ter uma relação de compromisso com o Clube e com os adeptos”. “Os sinais dados até agora são encorajadores”, constata um dirigente decidido a “reforçar a ligação do Clube à cidade e à região” e a “lutar com realismo, mas sem medo, por um FC Porto maior, mais competitivo e mais fiel à sua identidade”.

“É por causa dessa força que o FC Porto continua a incomodar tanta gente. É por causa dessa força que, mesmo quando o caminho parece inclinado, sabemos que não estamos sozinhos”, acrescentou o presidente apostado em “construir bases sólidas para voltar a viver grandes vitórias e para voltar a levantar troféus”. “Juntos, com trabalho, com rigor e com ambição, vamos continuar a levar este Clube para a frente”, concluiu em pleno Dragão Arena.

Agradecimento inicial
“Quero, antes de mais, agradecer-vos por estarem aqui. Esta noite existe graças a cada um de vocês, por tudo o que fazem, todos os dias, pelo Futebol Clube do Porto. Estarmos juntos em nossa Casa, nesta Arena, reunidos à volta do nosso símbolo, é talvez a melhor tradução do que é ser portista: partilhar a nossa maior paixão, a vitória, o amor que nos liga a este grande Clube.”

Merecido reconhecimento
“Daqui a pouco começa a entrega dos Dragões de Ouro. Esta gala é o momento em que o Clube olha para dentro e reconhece não só aqueles que mais se distinguiram na época passada, mas também aqueles que elevam o bom nome do FC Porto ao longo do tempo e que marcaram profundamente a sua história. Neste Clube aprendemos os valores do trabalho, da exigência, do rigor e da transcendência, valores que nos levam hoje a ter uma cultura de vitória e uma sede de vencer que nos distingue dos demais.

Valores intemporais
“A conquista destes valores foi forjada ao longo do tempo, nestes 132 anos de história do FC Porto, por grandes homens: desde logo os seus fundadores António Nicolau de Almeida e José Monteiro da Costa, os seus presidentes e dirigentes, os treinadores e os jogadores, que propositadamente criaram uma cultura moldada pela personalidade do povo e das gentes desta cidade e da região Norte. Graças a isso, nos dias de hoje, o portista distingue-se pelo seu carácter, pela sua persistência, pela sua vontade de vencer e pela luta intransigente pelos seus valores.”

O Presidente dos Presidentes
“Nos últimos meses, o FC Porto perdeu duas grandes figuras que na sua história marcaram profundamente a nossa vida associativa. Partiu Jorge Nuno Pinto da Costa, o Presidente dos Presidentes, o homem que transformou este Clube numa referência mundial, que acreditou sempre que o FC Porto podia ser muito maior e que nos guiou em décadas de conquistas, à data de hoje, as mais importantes do futebol português. Jorge Nuno Pinto da Costa foi o maior dirigente desportivo do futebol mundial e o maior Presidente da história do FC Porto.

O eterno Capitão
“Partiu também o nosso querido Jorge Costa, o nosso Bicho, Capitão e dirigente, exemplo de coragem, de lealdade e de paixão pelo emblema, de um amor profundo pelo seu Clube, pelas tradições do Porto e do FC Porto. Formado na casa, jogador da casa e veículo transmissor de energia, de nobreza e de alegria. «Adoro isto, adoro o balneário», dizia frequentemente e com saudade. Se há alguém que nos inspira como ninguém, és tu, meu querido amigo Jorge.”

Diogo Jota e André Silva
“Perdemos ainda dois jovens que levaram o nome do FC Porto muito longe: Diogo Jota e André Silva, talentos que partiram demasiado cedo, mas que deixaram um rasto de orgulho em todos nós. Estas perdas doem. Tocam-nos como portistas e como pessoas. Mas, ao mesmo tempo, obrigam-nos a olhar para o legado que deixaram e a transformá-lo em responsabilidade. Sem memória, não há história. Sem memória, não há futuro.”

Responsabilidade acrescida
“Se queremos um FC Porto forte, moderno e preparado para os desafios da próxima década, temos de ser capazes de parar, lembrar, refletir e agradecer. Cada vez que uma equipa nossa entra em campo, em qualquer modalidade e escalão, traz consigo um pedaço da história que estas pessoas escreveram. E cada criança que hoje veste pela primeira vez a nossa camisola herda, talvez sem o saber, uma responsabilidade que vem de longe e que se prolonga no tempo graças a estes grandes homens.”

Um ano duro
“Quando olhamos para a época de 2024/25, sabemos que foi um ano duro. Tivemos conquistas importantes, lançámos projetos estruturantes, mas não conseguimos o título nacional em futebol que todos desejávamos. Houve momentos de frustração e houve erros, e não temos qualquer problema em assumi-lo. O mais importante é que o Clube não se escondeu e, por isso, não foi um ano perdido. Iniciamos a época com a conquista da Supertaça em futebol, fomos Bicampeões nacionais em hóquei em patins, conquistámos a Supertaça e a Taça em basquetebol, e celebrámos inúmeras vitórias e títulos na natação e no desporto adaptado. Estes resultados mostram que o espírito portista, competitivo e vencedor, está presente em todas as frentes, honrando o símbolo que representamos e elevando o nome do FC Porto em cada modalidade.”

Um ano de esperança
“E foi esse espírito que este ano transportamos para o futebol. Tomámos decisões exigentes e difíceis. Confiámos a liderança técnica a Francesco Farioli, um treinador jovem, mas com um percurso já sólido, que representa bem o equilíbrio que queremos: o respeito absoluto pelo nosso ADN competitivo e, ao mesmo tempo, uma abordagem moderna ao treino, ao jogo e à gestão do balneário. Fomos ao mercado com rigor. Investimos mais de cem milhões de euros num plantel que combina experiência e juventude, talento e carácter, jogadores que sabem que, aqui, não basta jogar bem: é preciso ter uma relação de compromisso com o Clube e com os nossos adeptos. Os sinais dados até agora são encorajadores. Todos sentimos, dentro do balneário e fora dele, que temos condições para lutar até ao fim pelo lugar a que o FC Porto pertence. O sonho de sermos campeões está presente em cada treino, em cada reunião, em cada decisão que tomamos. E esse sonho só faz sentido porque é partilhado por todos: direção, equipa técnica, jogadores, sócios e adeptos. Sonhamos e queremos este título para que o possamos dedicar a quem tanto deu por nós e pelo FC Porto.”

Os resultados financeiros
“Quero falar-vos também daquilo que fizemos fora das quatro linhas, porque um Clube só é verdadeiramente forte quando os alicerces estão sólidos. Em poucos meses, conseguimos dar passos muito importantes no plano financeiro. Alcançámos um resultado líquido consolidado histórico, reduzimos de forma significativa os custos operacionais da SAD, melhorámos os capitais próprios e, ao mesmo tempo, concretizámos o maior investimento dos últimos anos na equipa principal.”

O movimento associativo
“Estas conquistas estão intimamente relacionadas com o crescimento associativo, onde a resposta dos portistas tem sido extraordinária. Lançámos o novo cartão de sócio, o Portal do Sócio e o Portal da Bilhética e, em apenas cinco meses, o número de associados cresceu em mais de 15 mil novos sócios. As Casas FC Porto têm sido um pilar fundamental neste caminho. Reforçámos o contacto com elas, simplificámos processos, ouvimos as suas preocupações. Criámos um ranking de carácter social e associativo para as Casas, valorizando assim o que fazem pelo Clube e pela sociedade.”

A Fundação FC Porto
“O mesmo espírito está por detrás da criação da Fundação FC Porto, que nos permitirá aprofundar ainda mais a nossa missão social, cultural e desportiva, e dar nova expressão ao nosso estatuto de utilidade pública, às distinções que o Clube recebeu e à responsabilidade que temos na cidade, na região, no país e no mundo. «Ao serviço da juventude e do desporto», uma citação que recordamos com saudade do nosso querido Estádio das Antas.”

O novo CAR e pavilhão
“Também nas infraestruturas decidimos não esperar mais. O Centro de Alto Rendimento do Olival, um projeto ambicionado há muitos anos, começou finalmente a sair do papel. Estamos a ultimar o processo de licenciamento com a autarquia de Gaia, temos o terreno preparado e um plano claro para dotar o FC Porto de um Centro de Treinos à altura das nossas ambições. Em Campanhã, nos terrenos da antiga Escola Ramalho Ortigão, avançaremos com um pavilhão multidesportivo que será decisivo para fixar modalidades, apoiar o crescimento do desporto feminino, do futsal e do desporto adaptado e reforçar a ligação do Clube à cidade e à região, numa zona que há muito esperava por respostas estruturantes na área do desporto. Não podia deixar de enaltecer o anterior executivo da Câmara Municipal do Porto, liderado por Rui Moreira, que, com um sentido único de visão estratégica, desportiva e social, permitirá o acesso fácil à prática desportiva de centenas de jovens portuenses. Tudo isto mostra que o FC Porto está a crescer de forma integrada: na competitividade desportiva, no seu ecletismo, na saúde financeira, na dimensão associativa e na qualidade das suas infraestruturas.”

A noite do portismo
“Voltando a esta noite, é importante sublinhar uma coisa: os Dragões de Ouro nascem de todo este contexto, dos desafios que enfrentamos, da forma como reagimos, da maneira como nos posicionamos enquanto Clube. Quando, daqui a instantes, formos chamando ao palco os distinguidos deste ano, não estaremos apenas a aplaudir vitórias, golos ou resultados. Estaremos a agradecer horas de dedicação, esforço, suor e decisões difíceis, mas sobretudo disponibilidade para servir uma paixão vivida intensamente em silêncio ou em grupo.”

Aos Dragonados
“A quem vier a ser chamado a este palco, deixo uma mensagem simples: este não é um ponto de chegada, é um ponto de passagem que vos liga ainda mais ao FC Porto. Se hoje recebem um Dragão de Ouro, seja como atleta, treinador, seccionista, colaborador, responsável de uma Casa, parceiro ou projeto, é porque conseguiram, num ano muito difícil para o Clube, manter acesa a chama da exigência. O melhor que podem fazer com este reconhecimento é continuar a ser exemplo, continuar a puxar pelos outros, continuar a honrar, todos os dias, o símbolo que trazem ao peito.”

A alma do Clube
“Quero também enaltecer os sócios e adeptos do FC Porto. Em duas épocas desportivas vimos os Lugares Anuais esgotar num tempo recorde, vemos os estádios cheios em casa e fora, vemos milhares de portistas acompanharem a equipa em deslocações longas e vemos a energia com que nos defendem num sentido de unidade que nos é próprio. É por causa dessa força que o FC Porto continua a incomodar tanta gente. É por causa dessa força que, mesmo quando o caminho parece inclinado, sabemos que não estamos sozinhos. O Clube é vosso. A Direção que hoje lidero é responsável pela passagem de um património material e imaterial que se quer mais rico nas próximas gerações. O que nos distingue é esta capacidade de nos renovarmos com a mesma vontade de lutar, com realismo, mas sem medo, por um FC Porto maior, mais competitivo e mais fiel à sua identidade.”

Gratidão e confiança
“Quero terminar com duas palavras que, para mim, resumem esta noite: gratidão e confiança. Gratidão aos funcionários do FC Porto por tudo o que fizeram e fazem pelo nosso Clube, aos que estão aqui e aos que, de forma anónima, mantêm viva a máquina do FC Porto. Gratidão à minha Direção, aos Órgãos Sociais do Clube e à Administração da SAD que me acompanha nesta caminhada para melhor vos servir. E confiança porque, mesmo num contexto difícil, sabemos que estamos a construir bases sólidas para voltar a viver grandes vitórias e para voltar a levantar troféus, que é o que mais desejamos. Que esta gala seja, para todos, um momento de inspiração e para reforçarmos a ideia de que, juntos, com trabalho, com rigor e com ambição, vamos continuar a levar este Clube para a frente. Muito obrigado pela vossa presença, pelo vosso apoio e pela vossa exigência. Desejo-vos uma excelente noite de Dragões de Ouro. Viva o Futebol Clube do Porto!”

 

Fonte/Foto: FC Porto

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