27 Oct 2022, 0:00
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Era um dos pontos de encontro mais 'trendy' nos anos 80 e 90. Após o fecho das portas há 17 anos, permanecia no ar uma promessa de reabertura com apoio camarário, mas nunca se concretizou. Em Julho de 2022, a autarquia pôs edifício em hasta pública.
António Guimarães, antigo dono do Aniki, retirou, na quarta-feira, da parede de pedra a conhecida placa do "café concerto" Aniki Bobó e milhares de memórias passaram-lhe pela cabeça. Naquele mesmo sítio, Rui Moreira havia-lhe prometido, em 2016, não deixar que o mítico espaço do Porto tivesse um fim desviado de um projeto cultural e referiu que António, mais conhecido por Becas, iria fazer parte do mesmo. Era uma conversa informal, no fim de uma "festa muito bonita" que reabriu por algumas horas o bar da Ribeira inaugurado em 1985 e fechado 20 anos depois.
Este verão, a Câmara do Porto promoveu uma hasta pública para o arrendamento do espaço, com uma área bruta de 130 metros quadrados, para "comércio e/ou serviços". O valor base de licitação era de 1150 euros e seria entregue, por dez anos, a quem oferecesse mais. A empresa Sombra Vadia, de Vila Nova de Gaia, saiu vencedora, oferecendo 3100 euros mensais pelo espaço, revela a autarquia. No lugar do mítico Aniki Bobó vai abrir, em breve, um restaurante, que funcionará como casa de fados.
A forma como o Aniki "marcou uma ou duas gerações de uma maneira muito forte" foi demonstrada esta quarta-feira, com as reações à publicação de Becas no Facebook. Com a sua fotografia com a placa do "café concerto", partida desde a abertura, e a legenda "Finito", vieram mensagens de tristeza, memórias, saudades e agradecimentos.