26 Mar 2022, 0:00
134
O primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciaram um acordo dos líderes da União Europeia (UE) para introduzir uma exceção no sistema energético europeu para a Península Ibérica, visando poder baixar preços, uma vez que estes dois países estão longe da restante Europa no que toca à dependência do gás russo, do qual a UE se quer 'desamarrar', intenção que ficou bem patente esta sexta-feira com o acordo firmado entre a união e os EUA para reduzir dependência da energia russa.
Com o aval dado na sexta-feira, no Conselho Europeu, Portugal e Espanha poderão controlar os preços, desde que os dois países notifiquem a Comissão Europeia antes de agir e salvaguardem a concorrência europeia.
A decisão tomada surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
“O objetivo é muito claro: é assegurar que o crescimento que está a ter o gás não se vai continuar a repercutir no aumento do preço eletricidade e, para isso, vamos adotar medidas para fixar um preço máximo de referência para o gás, a partir do qual todos os outros preços não poderão ultrapassar”, explicou António Costa.
Vincando que a Península Ibérica é “um ilha energética”, o primeiro-ministro português adiantou que isto permitirá “obter uma redução muito significativa do custo da energia, com grandes poupanças para as famílias e grandes poupanças para as empresas”.