26 Dec 2021, 0:00
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A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) afirma que as viagens para o final de ano se mantêm, em operações de êxito, cujos cancelamentos aconteceram após o anúncio das novas medidas.
O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, disse que as viagens turísticas para o estrangeiro nestes últimos dias do ano, por exemplo, para Cabo Verde, Disnelyland Paris, Maldivas e Dubai, "são um êxito", assim como em Portugal para a Madeira ou os Açores.
"A operação é, naturalmente, inferior a 2019, mas é superior a 2020, está consolidada e não foi abalada por estes últimos acontecimentos" de mais contenção devido à pandemia de covid-19, acrescentou.
"Uma (delas) que já estava um caos, já estava sacrificada, que tinha sido destruída, é a entrada de estrangeiros em Portugal. A partir do momento em que o Governo abala uma das bandeiras da sua Presidência Europeia, que é o Certificado Digital de Vacinação, e obriga à realização de testes (de testagem à covid-19), há um cancelamento generalizado dos mercados internacionais para Portugal", começou por explicar o responsável.
Depois, há uma segunda área, distingue, que é a do turismo interno, que "estava a resistir" e que "acabou por ser arrasada pelo discurso" do primeiro-ministro, António Costa, depois do Conselho de Ministros extraordinário na terça-feira para aprovar a atualização das novas medidas de prevenção e combate à pandemia, dado o crescimento da variante Ómicron.
"Os cancelamentos foram imediatos assim que o primeiro-ministro terminou o anúncio das medidas. Falei com os agentes de viagens, com os hoteleiros, os restaurantes, e os cancelamentos iniciaram-se logo nesse dia à noite. Portanto, um subsetor, que estava a resistir em termos de Natal e de fim de ano, que era o turismo interno, tenho muitas dúvidas que consiga aguentar", lamenta Pedro Costa Ferreira.
O mercado interno tem sido o principal impulsionador do setor turístico em Portugal desde que houve uma abertura mais generalizada das atividades económicas, nomeadamente no verão.
O presidente da APAVT critica que se tenha legislado, "sabendo que a sociedade civil não consegue responder", nomeadamente dada a falta de capacidade de testagem.
"É muito bonito dizer que os testes gratuitos passam de quatro para seis quando não se pode fazer nenhum porque não há agenda, não se tem tempo ou dinheiro", exemplificou.
Só na quinta-feira, o Governo informou que os autotestes podem ser realizados para aceder a atividades ou estabelecimentos para os quais passa a ser exigido um teste covid-19 negativo, desde que feitos no local mediante supervisão, até 02 de janeiro.