15 Jul 2022, 0:00
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Bloco pede audição urgente do ministro da Cultura e da presidente do Coliseu sobre a situação, a intervenção e a salvaguarda do Coliseu do Porto. Deputado José Soeiro pergunta: “27 anos depois, vamos voltar a perder o Coliseu?”
O Bloco de Esquerda entregou na Assembleia da República um requerimento pedindo a audição, do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e da presidente do Coliseu do Porto, Mónica Guerreiro.
No documento, o grupo parlamentar do Bloco defende que o Governo "tem de rapidamente concretizar o compromisso anunciado e dar o primeiro passo necessário para a reabilitação, obrigando também que as restantes entidades que detêm o Coliseu cumpram os seus compromissos".
O Bloco recorda que o Governo não avançou com "o compromisso anunciado antes das eleições legislativas", de reabilitar o equipamento cultural com recurso a fundos comunitários, e que o presidente da Câmara do Porto "também vem alijar responsabilidades, utilizando como argumento o facto de o próprio Governo não avançar com o concurso a fundos comunitários". "Este jogo é insuportável para a cidade", sublinha-se.
O deputado bloquista José Soeiro afirma que “Há neste momento quem queria concessionar o Coliseu a privados e quem queira deitar a mão ao equipamento” e conclui: “O Coliseu, que foi objeto de uma mobilização cidadã inédita em 1995, inesquecível para quem dela fez parte (eu era pequeno e estive nela, na companhia do meu pai e de tantas outras pessoas), não pode ser alienado”.
No requerimento, recorda-se que “em abril de 2021, a anterior ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmava que a concessão do Coliseu a entidades privadas iria ser suspensa e que se iria avançar com a reabilitação daquele espaço, cuja duração se previa que durasse cerca de oito meses.
As obras de reabilitação, orçadas em 3,5 milhões de euros, iriam ser suportadas de igual forma pelo Governo e pela Câmara do Porto”.
O documento alerta que o Coliseu do Porto necessita de "obras urgentes", mas "mais de um ano depois" nada avançou. E conta que “a concessão do Coliseu do Porto a privados foi aprovada por maioria na Assembleia Geral da Associação Amigos do Coliseu (associação que gere o equipamento) a 13 de março de 2020, pela impossibilidade de recorrer a fundos comunitários para garantir o restauro daquela sala de espetáculos”.
Relata ainda que “em março, o presidente da Câmara do Porto afirmou que o município não tinha "nem enquadramento legal, nem vontade política" para reabilitar o Coliseu, frisando que o Estado perdeu oportunidade de o fazer através do Plano de Recuperação e Resiliência”.