17 Jan 2023, 0:00
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Lesados são particulares, empresas e até autarquias, que compraram os carros no mesmo stand. PJ recebeu queixas e já está a investigar alegada burla.
De acordo com o JN, todos os lesados terão comprado os carros, maioritariamente Renault Zoe usados, importados e revendidos no stand E-Drive em Vila do Conde, com fatura de "viatura sem aluger de bateria" e, por isso, julgando que estavam a pagar também pelas baterias. Mas, de um dia para o outro e com apenas uma mensagem, viram os seus carros ficarem parados, situação que, em alguns casos, se prolonga há mais de um ano.
As baterias de mais de uma centena de carros elétricos de particulares, empresas e até das Câmaras Municipais de Vila Pouca de Aguiar e Oliveira do Bairro foram, inesperadamente, bloqueadas.
Perante as queixas, o stand E-Drive informa os compradores de que devem contactar a Mobilize Financial Services (financeira do grupo Renault que costumava chamar-se RCI), empresa que terá bloqueado as baterias a pedido do concessionário: "foi a própria E-Drive que solicitou o bloqueio" das baterias destas viasturas, para não continuar a pagar a renda.
Num verdadeiro pingue-pongue, a Mobilize invoca contratos de aluguer das baterias, celebrados no estrangeiro com uma importadora chamada Famaburgo, que os vendeu mais tarde à E-Drive — com quem partilha morada fiscal, em Vila do Conde, e, em resposta, a E-Drive diz que "o contrato cessa com a exportação".
Importa salientar que, na compra de um Zoe, o aluguer de baterias significava uma diferença de oito a dez mil euros. Na prática, o que levou a maioria a optar pela compra no stand E-Drive foi uma poupança de mil a três mil euros, relativamente aos preços da concorrência.
Há várias queixas na Justiça e no Portal da Queixa e o caso está já a ser investigado pela Polícia Judiciária.