O aumento da produtividade só pode ser conseguido com um esforço persistente de investimento e inovação’, refere Carlos Tavares no livro escrito em coautoria com Sara Monteiro.
Durante a sessão, Carlos Tavares destacou o risco que os autores correram ao serem realistas na identificação das reformas estruturais a fazer. ‘Este livro dá esse esse passo concreto. Pensava que ia gerar uma grande discussão e até discordância, mas o silêncio foi bastante grande, como grande é o silêncio no presente contexto pré-eleitoral a propósito das grandes reformas’.
O ex-Ministro da Economia destacou ainda: ‘Avançamos com 10 grandes reformas, 5 prioridades, 50 áreas concretas de atuação que eu espero que, um dia, alguém queira discutir.’ Continuou dizendo que ‘estamos desfasados dos nossos parceiros comunitários e o pior que nos podia acontecer era pensar, fruto de alguns resultados conjunturalmente mais favoráveis, que fizemos o trabalho, mas ele está todo por fazer’
As 10 “reformas estruturais” referidas no livro são: reforma da Administração Pública, reforma da Segurança Social e do seu modelo de financiamento, reforma fiscal com mecanismos de estabilidade, reforma orçamental, reforma da regulamentação de mercados e produtos (“better regulation”) e da política de concorrência, reforma da justiça económica, reforma do sistema nacional de inovação, incluindo um novo modelo de captação do investimento direto estrangeiro, reforma do sistema de supervisão e regulação financeira, programa de reestruturação e recapitalização das PME e reforma dos sistemas de educação e saúde.
Carlos Tavares apelou ainda a que os partidos políticos aproveitem o período de estabilidade macroeconómica que Portugal vive para ‘um novo impulso reformador definitivo. Quem tiver a responsabilidade de conduzir o país dentro de algum tempo tem a obrigação de não desperdiçar esta oportunidade. Espero que este livro seja um contributo, ainda que modesto, para que esta reflexão se faça.’
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