Casa da Música nega que esteja a exercer represálias sobre trabalhadores sindicalizados

O conselho de administração da Fundação Casa da Música (FCdM), do Porto, negou hoje que esteja a exercer represálias sobre trabalhadores sindicalizados e repudiou o que considera serem “insinuações” sobre discriminações e ausência de diálogo.

"Como quem não se sente não é filho de boa gente, vimos publicamente repudiar as insinuações de represálias, discriminações, incumprimentos legais e ausências de diálogo que covardemente têm sido lançadas para a praça pública numa prática manipuladora que sentimos menos dirigida a nós próprios e mais orientada para resultados desviantes e movidos por agendas de duvidosa dignidade e escassa legitimidade democrática”, lê-se numa resposta enviada à agência Lusa.
No texto, que tem início com a história da fundação deste equipamento cultural, o conselho de administração da FCdM repudia as acusações feitas na segunda-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE), mas sem nunca mencionar o nome desta estrutura sindical.
"Na convicção de que a falsidade, o corporativismo e o passadismo não encontrarão terreno fértil para medrar, queremos desde já deixar claro que não iremos dedicar mais tempo a alimentar conversas surdas com quem apenas procura criar ruído e desordem no seio da Instituição e do seu entorno”, acrescenta a FCdM.
Na segunda-feira, o Cena-STE acusou a administração da Casa da Música de exercer represálias junto de trabalhadores sindicalizados e que aderem a greves, assim como de prolongar situações de trabalho precário.
"Houve algumas a alterações salariais no início deste ano e notou-se claramente que houve uma série de trabalhadores que ficaram de fora. Isso coincide com os trabalhadores que são reivindicativos, que fazem greve, que têm manifestado insatisfação”, disse à Lusa Fernando Lima do Cena-STE, acrescentando que a administração da Casa da Música, além de “continuar a promover a precariedade”, quando aceitou reunir-se com o sindicato, em novembro do ano passado, só o fez na sequência de um pré-aviso de greve, e a reunião foi “inconclusiva e sem diálogo”.
Hoje, dirigindo-se “aos leais colaboradores da FCdM e aos artistas que nela residem, ao público que a frequenta e às escolas e instituições sociais com que interage, aos fundadores e patrocinadores que a apoiam, ao ministério da Cultura e ao município do Porto”, o conselho de administração resume a resposta na expressão “grito de protesto”.
“Queremos a todos assegurar a nossa firme intenção de prosseguir o caminho que definimos como desejável e suscetível de permitir o robustecimento de um projeto extraordinário e de rara beleza como aquele que desde o seu início marca a FCdM”, refere.
No mesmo texto é recordado que a FCdM foi instituída pelo Estado português e pelo município do Porto em 2006, isto depois de, em 1998, ter sido decidido criar este equipamento no quadro da candidatura do Porto a Capital Europeia da Cultura 2001.
É também recordado que, “à época, o Governo optou, pelo modelo fundacional baseado na parceria entre Estado, autarquias e iniciativa privada como a forma mais adequada para o desenvolvimento do projeto e assim assegurar o cumprimento dos objetivos de acolhimento das atividades musicais e o desenvolvimento de valências próprias de produção, dando particular atenção à relação com a comunidade e à formação de públicos”.
“Vem tudo isto a propósito de um conjunto de acusações que têm sido dirigidas ao atual conselho de administração, em funções desde inícios de julho de 2021 e herdeiro dos impactos tremendos de uma pandemia agressiva e cruel”, acrescenta.
Os membros do conselho de administração dizem, ainda, recusar “no seu todo ou na sua individualidade, as lições de capacidade de gestão, conhecimento cultural e relacionamento laboral” que, lê-se no texto, “alguns pseudo-arautos exclusivos do bem lhe pretendem implicitamente dar no meio de um arrazoado nunca explicitado de declarações não provadas, de tratamentos insultuosos ou até de puras inverdades”.

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