13 Mar 2025, 9:12
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Sete séculos depois da primeira pedra, a Casa do Infante celebra, este ano, o edifício, que, ao longo do tempo, albergou tantos serviços, usos e acontecimentos. Assinala a data com um programa de comemorações que se prolongará por todo o ano de 2025, com eventos culturais, musicais e educativos, refletindo a sua longa trajetória.
Quando em 1325, João Anes Melacho inscreveu o seu nome no silhar de granito, marcando para sempre a autoria do almazém régio destinado à Alfândega do Porto, que D. Afonso IV o havia mandado construir, não imaginava que, quase sete décadas depois, ficaria ligada ao nascimento do Infante D. Henrique e aos festejos do seu batismo.
O programa é inspirado no mais antigo documento conservado no Arquivo Histórico Municipal, que tem sede na Casa do Infante. Trata-se de um pergaminho musical dos séculos XI-XII, que contém parte do Ofício de Santa Cecília e o Ofício de São Saturnino.
Este documento, usado posteriormente para encadernar um livro do século XVI, foi escolhido como símbolo das reinvenções que marcaram o edifício e que permitiram que acolhesse todos os que, ao longo do tempo, o habitaram, bem como tão distintas funções.
Uma programação diversificada
A programação é estruturada em sete momentos distintos, que passarão pela música, um colóquio conversado, uma tertúlia, a publicação de uma brochura, um concerto-palestra e ainda um conjunto de outras iniciativas culturais e educativas integradas nos eventos regulares que ocorrem na Casa do Infante (resgate, oficinas infantojuvenis, etc.).
As atividades terão início em março, mês de nascimento do Infante D. Henrique, com um concerto inaugural e prolongar-se-ão até novembro com o concerto-palestra de encerramento.
Concerto inaugural
O primeiro momento das comemorações ocorre no dia 16 de março, com o concerto inaugural protagonizado pelo Sete Lágrimas Ensemble de Música Antiga. Inspirado nas músicas que marcaram o batismo do Infante D. Henrique, o concerto trará à Casa do Infante a sonoridade medieval que acompanhou os festejos de 1394.
Colóquio conversado
No dia 12 de junho, a "Casa do Infante: Sete Séculos de Vivências" reunirá especialistas e investigadores para refletir sobre a evolução histórica do edifício e seu impacto na cidade do Porto. Durante o colóquio, serão discutidos os diferentes usos da Casa do Infante, a sua importância enquanto detentor do arquivo produzido pela autarquia, garante dos direitos dos cidadãos e testemunho do desenvolvimento da cidade e ainda relevante núcleo do Museu e Bibliotecas do Porto.
Eventos de julho a novembro
O programa prossegue, em julho, com um concerto de música antiga do norte de África, em outubro, com uma tertúlia sobre conservação de documentos medievais e, em novembro, com a publicação de uma brochura de divulgação sobre a Casa do Infante e uma exposição temporária, encerrando, no dia 29, com um concerto-palestra.
As comemorações dos 700 anos da Casa do Infante oferecem uma oportunidade para explorar e celebrar a história de um dos mais importantes edifícios da cidade do Porto.
Fonte: CM Porto
Foto: Casa do Infante | Maria Martins