4 Nov 2024, 9:36
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A casa onde nasceu o escritor, avaliada em 1,5 milhões de euros, ia albergar o Museu do Liberalismo. Agora o proprietário pede mais de 4 milhões e a Câmara do Porto desiste da compra, avança o Porto Canal.
Recorde-se que o imóvel no centro histórico da Invicta, onde Almeida Garrett viveu até aos cinco anos de idade, ardeu em abril de 2019, na semana em que a autarquia tinha apresentado a proposta de compra, conforme recomendação da CDU.
A Câmara do Porto tentou chegar a acordo com o proprietário para comprar esta casa que é considerada património histórico da cidade e do país. A proposta passava por adquirir este edifício e outros dois contíguos, mas o negócio não foi avante. Isto porque, segundo revela o mesmo jornal, o valor pedido pelo proprietário (4 milhões de euros) foi bem superior à avaliação dos três imóveis (1,5 milhões).
Da casa onde nasceu Almeida Garrett em 1799 (e onde viveu até 1804) apenas restaram as fachadas e na principal está o brasão que a autarquia mandou gravar em 1862 em “memória do grande poeta”, escrevia o Público, no dia do incêndio.
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, estadista, diplomata, orador, escritor, reformador do teatro nacional e introdutor do romantismo em Portugal, nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799, na antiga Rua do Calvário (atual Rua Dr. Barbosa de Castro), na freguesia da Vitória, Porto.
Desde 1864 que a casa onde Almeida Garrett nasceu e passou os primeiros cinco anos de vida, situada nas traseiras da muralha gótica, de sabor neoclássico, patrocinado pelo Município do Porto, com a inscrição, "Casa onde nasceu aos 4 de Fevereiro de 1799 João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett / Mandou gravar à memória do grande poeta a Câmara Municipal d’esta cidade em 1864".
Almeida Garrett participou na revolução liberal de 1820, de seguida foi para o exílio em Inglaterra, após a Villa-francada. Foi em Inglaterra que tomou contacto com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, Walter Scott e outros autores vivências que se refletiriam em sua obra posterior.
Foto: Porto Desaparecido