13 May 2022, 0:00
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O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, defendeu que o Plano de Recuperação e Resiliência “tem de ser readaptado” por estar “desatualizado e desajustado” face ao contexto de guerra, devendo destinar mais fundos à iniciativa privada.
Falando num almoço-debate promovido pelo Fórum para a Competitividade em Lisboa, na quinta-feira, Nuno Melo defendeu “a revisão do Plano de Recuperação e Resiliência, que obviamente está desatualizado, está desajustado e tem de ser readaptado a um contexto que é de economia de guerra”.
Na ótica do líder do CDS-PP, este instrumento “tem que dedicar muitos mais recursos à iniciativa privada e tem que corrigir desequilíbrios atualmente existentes”, criticando que esteja neste momento “vocacionado em mais de dois terços para o setor público”.
Nesta iniciativa com empresários, o eurodeputado elencou que a “inflação disparou para 7,2% em abril, que é o valor mais alto dos últimos 30 anos” e “a inflação da produção industrial já superou em média os 21%”, enquanto “a energia e os combustíveis estão em valores proibitivos”.
E apontou que “a escalada” do preço da energia “está a ser insuportável”.
Neste sentido, Nuno Melo alertou que “muitas das empresas sem custos comportáveis dificilmente conseguem sobreviver, pagar salários, a par de todas as outras contribuições”.
“O que acontece neste momento em Portugal não pode deixar de preocupar muito”, considerou, defendendo que “se a tutela e as instituições europeias não tiverem uma intervenção com medidas que tenham impacto nesta realidade, obviamente que a incerteza não é boa no universo empresarial e muitas empresas ficarão por ventura pelo caminho”.
“No contexto de guerra, tem que haver um apoio relevante, temporário necessariamente, em relação aos custos de contexto – gás e eletricidade deste logo, mas também custos com matérias-primas – que permita a sobrevivência de empresas”, salientou.