Cidade do Porto tem dado o exemplo de atrair investimento e inovação

Por onde anda o "espírito reformista e transformador do país". Foi com esta ideia que o jornal online económico ECO celebrou o seu oitavo aniversário e juntou, na terça-feira, 3 de dezembro, no Centro de Congressos da Alfândega, empresários, gestores, políticos e académicos. O presidente da Câmara do Porto participou na sessão de abertura.
Rui Moreira começou por recordar a aprovação final global, na passada sexta-feira, do Orçamento do Estado para 2025. "Foi uma grande notícia para o país. Desde logo, porque se evitou uma nova crise política. Mas também porque, num mundo em convulsão, é muito importante para Portugal ter um orçamento que sirva de orientação para os agentes económicos", frisou.
De acordo com o presidente da Câmara do Porto, "foi aprovado um orçamento equilibrado e sensato. Um orçamento que valoriza os salários e as pensões, preserva as funções sociais do Estado e desagrava fiscalmente as famílias, os jovens e as empresas".
Mas há riscos, em matéria de despesa pública e que parece, segundo Rui Moreira, "pouco capaz de estimular o crescimento". "Somos uma economia aberta, pouca produtiva e competitiva, que precisa, forçosamente, de atrair investimento, talento e inovação", sublinhou.
Numa Europa que deve revelar-se "mais produtiva, competitiva e inovadora", Portugal só tem de seguir o exemplo e mudar de paradigma, apostando no desenvolvimento, "baseado no conhecimento, no talento, na inovação e na digitalização".
O Acordo Tripartido de Valorização Salarial e Crescimento Económico, bem como o programa "Acelerar a Economia", são, na opinião do autarca portuense, "bons pontos de partida para um melhor ambiente empresarial".
Tanto que este tipo de medidas ganharam uma "urgência redobrada", com a desglobalização a que se assiste no mundo. "As eleições nos Estados Unidos reforçaram a ideia de transição para uma nova ordem mundial, com efeitos cerceadores da liberdade económica global", apontou o presidente da Câmara do Porto.
Para fazer face a este cenário, "Portugal tem de saber responder a um mundo mais protecionista. Há que criar condições para reforçarmos a nossa competitividade internacional e diversificarmos os mercados de destino das nossas exportações", reforça Rui Moreira, apontando o caminho: "Isto passa, em grande medida, por termos um Estado facilitador da atividade económica. Um Estado que crie um ambiente administrativo, legal e fiscal que promova o investimento e torne os nossos produtos mais competitivos".
Numa análise mais micro, Rui Moreira deixou a garantia que a cidade do Porto tem feito o seu trabalho no que respeita à atração de investimento. "Temos sabido atrair investidores internacionais graças quer ao talento que formamos no Porto e ao dinamismo do nosso ecossistema, quer à qualidade de vida e aos níveis de bem-estar da cidade", afirmou, relembrando que, há três anos consecutivos, a fDi Intelligence, revista do Financial Times, coloca o Porto no topo das Cidades e Regiões Europeias do Futuro.
"O Porto é líder na categoria 'Foreign Direct Investment Strategy – Large Cities', em virtude dos resultados alcançados com a estratégia municipal de promoção do Investimento Direto Estrangeiro", adiantou, garantindo que, desde a sua criação, em 2015, a InvestPorto está associada a cerca de 1,8 mil milhões de euros de investimento e a mais de 22 mil empregos criados na cidade.
“As cidades podem, de facto, ajudar o país a atrair mais investimento. Mas, para isso, é necessário fortalecer as instâncias de poder local e regional com mais competências administrativas, massa crítica e recursos financeiros", concluiu Rui Moreira.
O primeiro-ministro Luís Montenegro e o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas são alguns dos nomes presentes na oitava edição da "Fábrica 2030".

Fonte: CM Porto
Foto: CMP/Guilherme Costa Oliveira