15 Nov 2023, 0:00
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A Associação dos Amigos do Coliseu do Porto aprovou esta terça-feira, por unanimidade e em assembleia-geral, revogar as deliberações que visavam a concessão a privados, reforçando a intenção de reabilitar aquele equipamento cultural com recurso a fundos comunitários.
Em discussão estava a revogação de duas deliberações, aprovadas em assembleias gerais a 13 de março de 2020 e 22 de maio, que visavam a concessão daquele equipamento a privados, noticia o Porto Canal.
Com a revogação, por unanimidade, os associados reforçam a intenção de submeter a reabilitação do Coliseu a fundos comunitários.
"É um momento muito feliz para todos os envolvidos", afirmou em declarações aos jornalistas, defendendo que esta é também uma decisão "de justiça" para com o Coliseu do Porto
Já quanto às obras de reabilitação que o equipamento cultural precisa, Miguel Guedes esclareceu que já estão a ser levadas a cabo empreitadas "absolutamente necessárias" e que em breve se iniciará a substituição integral do telhado.
Relativamente aos fundos do Portugal 2030, Miguel Guedes disse que o investimento "será tão forte" quanto a candidatura o permitir.
"A dimensão da candidatura será também a dimensão de tudo o que pudermos fazer", afirmou Miguel Guedes.
Segundo o mesmo órgão de comunicação, entre os vários associados, na Assembleia-Geral extraordinária, marcaram presença o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que aos jornalistas destacou que, com a revogação, "se encerra um capítulo importante na vida do Coliseu",
"Fico muito feliz por ter sido possível encontrar uma solução, que tem dois grandes momentos, um primeiro que é esta intervenção de emergência que será assumida entre o Ministério da Cultura e a Câmara do Porto e, depois a intervenção mais estrutural, que demorará mais tempo e será financiada através do programa regional do Norte", salientou.
Questionado sobre as implicações que a atual crise política poderá ter no futuro do Coliseu, Pedro Adão e Silva destacou que "os acontecimentos políticos, têm sempre consequências políticas" e que o compromisso do Ministério da Cultura é “volátil e sensível a quem ocupa a pasta”.
"Há uma transferência anual que é feita do Ministério da Cultura para o Coliseu do Porto que é uma transferência discricionária, ou seja, depende da vontade política do momento”, referiu.
Já o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, salientou que esta é "a solução mais pura", ao recorrer a fundos comunitários.
"Fico muito satisfeito porque esta era uma das questões que quase desde o primeiro dia do meu mandato me afligia", salientou.
Questionado sobre a Câmara de Valongo ser contra a atribuição de verbas para a reabilitação do Coliseu, Rui Moreira salientou que os municípios presentes na reunião "votaram todos favoravelmente".
"O senhor presidente da Câmara de Valongo apareceu tarde e a más horas, mas tem sido uma maneira do presidente da Câmara de Valongo fazer a sua afirmação política. Também compreendo que há pessoas que estão em fim de mandato, tem de fazer o seu caminho e mostrar a coragem que tem de não ir às reuniões e depois acharem que tudo o que os colegas decidiram nas reuniões não foi bem decidido", afirmou.
Já quanto à atual crise política e como esta pode influenciar o rumo do Coliseu do Porto, o autarca independente salientou que, de momento, a relação entre o Governo e a associação "é ténue", mas que a mesma depende sempre de quem ocupa o cargo.
"Alguma preocupação principalmente relativamente aos compromissos correntes do Ministério da Cultura, que com ele [Pedro Adão e Silva] tem apoiado o Coliseu (...) Isto, com outro ministro pode não haver a mesma vontade", observou, dizendo esperar que o próximo ministro da Cultura goste do Coliseu do Porto.