Comerciantes do Bolhão não se reveem nas atitudes da Associação Bolha D’Água

Depois de várias acusações  da parte da Associação Bolha D’Água relativas a falta de diálogo e problemas na gestão do Mercado do Bolhão, duas comerciantes daquele espaço foram à reunião de Executivo desta segunda-feira mostrar a total discordância com a posição e as atitudes levadas a cabo por uma entidade, teoricamente, já extinta.

O presidente da Câmara do Porto aproveitou o momento para apelar a uma mais forte e coesa organização dos comerciantes, com receio de que um futuro Executivo possa permitir a concessão da gestão do espaço a privados.

Sara Ferreira garantiu que faz parte do grupo de pessoas que “não se revê na associação” e, apelando a que “não fale em nome dos comerciantes”, sublinha a necessidade de “fazer parar isto” porque “tenho a certeza que as pessoas estão contentes”.

Além de questionar o porquê de não ter sido chamada pela Bolha D’Água quando esta voltou ao ativo, uma vez que foi sua fundadora e vice-presidente, a comerciante, que tem uma banca de peixe, afirma que “temos tido sempre diálogo” com a GO Porto, que gere o espaço municipal, ao contrário do que vinha acontecendo com Executivos anteriores.

“Durante 40 anos, vendi à chuva e todos os anos punha um toldo para não chover. Nunca ninguém se preocupou, mas hoje se peço uma reunião, as pessoas recebem-me”, assegura Sara Ferreira.

Da mesma opinião, Paula Viana, que vende fruta no mercado, afirmou não “entender como há pessoas que se fazem passar por nós”. Satisfeita com as obras naquele que é o seu local de trabalho desde os 13 anos, a comerciante lembra que um dos problemas levantados pela associação estava relacionado com o regulamento, mas que “as pessoas querem ir para o mercado com as regras delas e não pode ser”.

A este propósito, o presidente da Câmara do Porto recordou as “cerca de três mil reuniões” que a autarquia teve com comerciantes desde o início do processo para a reabilitação do mercado de frescos e que “foram vocês que pediram as regras” uma vez que “muitos dos problemas do mercado resultavam da informalidade”. “As pessoas gostam das regras até ao momento em que se aplicam a elas”, sublinha Rui Moreira.

O presidente da Câmara não deixou de referir que “a Associação Bolha d’Água surgiu com o propósito de impedir que o mercado fosse privatizado” e que, “a partir do momento em que confirmámos que íamos reabilitar o Bolhão, ela se desmobilizou”.

A partir daí, afirma Rui Moreira, “deixou de haver suspeitas e começou uma relação mais individualizada porque cada história é uma história, cada comerciante tem um problema diferente”.

Assumindo que “há coisas por resolver” no Mercado do Bolhão, o presidente da Câmara considera que “o que não é normal é que vocês deixem que uma associação fale por vocês”. “Se quem está insatisfeito não vos representa, organizem-se. Porque, se assim não for, no futuro, o que vai ser tentado é a concessão da exploração. Aquilo pode interessar a interesses comerciais”, aconselhou Rui Moreira.

Recentemente, a associação fez público que iria solicitar à Câmara do Porto e à Inspeção-Geral de Finanças uma “auditoria externa e independente” à gestão do Mercado do Bolhão.

Durante a exposição na reunião de Executivo, também a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, partilhou a opinião de como “foi importante que o Bolhão ficasse na gestão da Câmara”.

 

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