Construir Uma Escola Atraente

Por Alexandre Gonçalves*

A aprendizagem está embrulhada em numerosos vértices e contextos que se comprometem e relacionam reciprocamente. No sistema de aprendizagem, a estrutura cognitiva do aluno tem forçosamente que ser reconhecida e acarinhada. Na superfície cognitiva localizam-se a conquista dos conhecimentos e as capacidades intelectuais de percepção, de utilização, de investigação, de síntese, de análise, de avaliação e de crítica. Os paradigmas de aprendizagem perfilhados e utilizados diariamente com o propósito de simplificar a aprendizagem podem ter parca importância se não gozarem de analogia com a disposição cognitiva existente. Será que a aprendizagem não é uma construção pessoal que se exterioriza por uma transformação de comportamento estável? Será que as escolas e os professores não devem conceber e aplicar estratégias e métodos adequados que possibilitem ao aluno assimilar conhecimentos novos de uma forma descomplicada e prazerosa? Será que os conteúdos leccionados não devem aquartelar elevadas doses de sequência, congruência, uniformidade e racionalidade? Será que não é importante reflectir sobre aquilo que realmente é o conhecimento? Será que o mesmo não é algo intrincado que deve ser compreendido como um processo de construção? Será que a estrutura cognitiva não é uma das ferramentas de construção do conhecimento? Será que quem aprende não adiciona aos conhecimentos que possui novos conhecimentos? Será que os conhecimentos já existentes não vão ser rentabilizados com os novos conhecimentos? Será que não são os conhecimentos de base que afectam a conduta do aluno em toda e qualquer circunstância?

Os contextos de aprendizagem devem ser magnéticos, úteis e estimulantes, para que os estudantes se embrulhem activamente e intensamente nos mecanismos de edificação do conhecimento. Será que a capacidade e o esforço são sinónimos? Será que o esforço e a determinação garantem sucesso? Será que o esforço não constitui um caminho para o êxito? Será que o ideal não é a existência, em simultâneo, de contextos de esforço e de capacidade? Será que a capacidade não hospeda mais importância do que o esforço? Será que na tela escolar, os professores não apreciam mais o esforço do que a capacidade? Qual é o significado da máxima “lei do mínimo esforço”? Será que os estudantes vocacionados para o insucesso não acabam por conquistá-lo velozmente? Será que as principais barreiras à aprendizagem dos estudantes resultam das suas capacidades cognitivas? Será que o modo como organizamos os estabelecimentos de ensino não é capital para o processo de aprendizagem? Será que não é imprescindível incorporar e acarinhar tanto os aspectos cognitivos, como os conspectos motivacionais?

As metas curriculares devem manifestar, de modo cintilante, transparente e “corpóreo”, aquilo que se pretende dos professores e dos alunos. Será que os professores conhecem exactamente as matérias que se desejam que o aluno aprenda? Será que as metas curriculares representam um recurso determinante de auxílio à planificação e à estruturação do ensino? Será que as mesmas encerram escrupulosamente aquilo que é considerado como aprendizagem fundamental? Qual é a definição de aprendizagem fundamental? Será que o conjunto das metas é um referencial completo e perfeito para a avaliação intrínseca e extrínseca?

Como sabemos os Agrupamentos de Escolas não existem separados das comunidades locais e o encadeamento com os agentes externos assume uma extrema relevância, sendo decisivo para a sua presença, continuidade, desenvolvimento e reconhecimento interno e externo dos seus objectivos, valores e cultura. Porém, a multiplicidade de propostas e de recomendações que desaguam no espaço escolar, com o propósito de estimular, participar, comunicar, integrar, agregar e executar as mais diferentes actividades, devem impor uma tomada de deliberação alicerçada em princípios comuns timonados para as principais finalidades do próprio Agrupamento.


*Escritor e Técnico Superior na Divisão de Educação da Câmara Municipal da Guarda

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