12 Apr 2022, 0:00
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A proposta do governo de Orçamento do Estado para 2022 vai ser entregue na Assembleia da República na quarta-feira, mas começou a ser apresentada aos líderes dos partidos logo no início da semana.
Se a direita considerou que a proposta do executivo traz “austeridade encapotada”, como lhe chamou o PSD, a esquerda lamentou que o Governo mantivesse o foco no controlo do défice em vez do incremento dos apoios, traduzindo-se a inflação no “corte do poder de compra”. De todos os partidos, apenas o Livre deixou um vislumbre de esperança, ao adiantar que vai apresentar algumas propostas de alteração ao OE2022 e que foi dito que “haveria abertura” para tal.
Já da parte do PS, o líder parlamentar Eurico Brilhante Dias afirmou que o Governo vai proteger os rendimentos dos cidadãos por via de uma estratégia de controlo de preços e não através de medidas que poderiam contribuir para uma espiral inflacionista. "Protegendo os preços, estamos a proteger o rendimento das famílias”, frisou.
Certo é que, ainda antes do OE dominar as atenções até ao fim da semana, o Governo fez já saber hoje as medidas de emergência que vai implementar para conter os aumentos de preços dos bens energéticos e agro-alimentares fruto da inflação crescente.
Com Mariana Vieira da Silva ao leme da apresentação, quatro ministérios foram convocados para apresentar as medidas. O objetivo, anunciou o governo, é dar uma "resposta focada e dirigida, evitando a propagação das pressões inflacionistas e protegendo, assim, as empresas e as famílias". Para o executivo, trata-se de "um pacote de medidas extraordinárias de resposta imediata para conter os impactos sociais e económicos da guerra" na Ucrânia.