Empresário raptado encontrado morto em Maputo

Empresário raptado encontrado morto em Maputo

Um empresário raptado há mais de uma semana foi encontrado morto na madrugada de hoje na província de Maputo, sul de Moçambique. Segundo a polícia, a vítima apresentava ferimentos e sinais de agressão.

Trata-se de Paulo Caetano, de cerca de 50 anos, um dos fundadores da JP Caetano, empresa das Meirinhas que durante muitos anos se dedicou à venda de máquinas usadas para obras públicas e construção civil.

Paulo Caetano estava há oito anos em Moçambique, onde tinha negócios de compra e venda de máquinas industriais.

Segundo declarações do secretário de Estado das Comunidades à Lusa, o empresário foi encontrado morto depois de ter sido raptado, e de o resgate exigido ter sido pago. Terão passado “poucas horas entre o pedido do pagamento do resgate e o assassinato deste cidadão”.

“Depois de ter sido objeto de um rapto, e depois de ter sido pago o resgate desse rapto, apareceu morto hoje [domigo] ao final da tarde”, afirmou José Luís Carneiro, que sublinhou tratar-se de “um caso grave, de morte, nas imediações de Maputo”.

“Não vemos ligações com outros casos que têm vindo a ocorrer no Norte do país, na jurisdição da Beira. Este caso, vamos aguardar pelas investigações, mas é o resultado de um rapto e da exigência de um pagamento para libertar o cidadão. O pagamento foi realizado, mas ainda assim sucumbiu às mãos dos criminosos”, disse o governante à Lusa.

Onda de raptos

Maputo e outras cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser palco de uma onda de raptos desde 2020, visando principalmente empresários ou seus familiares.

Moçambique registou, entre janeiro e novembro, 11 raptos e 27 detenções ligadas aos crimes, segundo dados avançados pela ministra do Interior, Arsénia Massingue.

Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início de junho, a procuradora-geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, Um empresário raptado há mais de uma semana foi encontrado morto na madrugada de hoje na província de Maputo, sul de Moçambique. Segundo a polícia, a vítima apresentava ferimentos e sinais de agressão.

"Os raptores abandonaram-no na via pública e comunicaram a família, que foi lá buscar o corpo", explicou à Lusa Henrique Mendes, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) na província de Maputo.

Segundo a polícia, o empresário, raptado no dia 14 de dezembro, foi abandonado na zona de Txumene, nos arredores de Maputo, e apresentava ferimentos e sinais de agressão.

O empresário foi raptado em frente a um dos seus estabelecimentos comerciais na Matola, por um grupo armado.

Um vídeo das captado por câmaras de vigilância no local do crime mostra o momento exato em que o grupo, composto por quatro homens, arrasta o empresário para uma viatura à luz do dia.

Onda de raptos

Maputo e outras cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser palco de uma onda de raptos desde 2020, visando principalmente empresários ou seus familiares.

Moçambique registou, entre janeiro e novembro, 11 raptos e 27 detenções ligadas aos crimes, segundo dados avançados pela ministra do Interior, Arsénia Massingue.

Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início de junho, a procuradora-geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como África do Sul.

Segundo a magistrada, há vítimas "constantemente chantageadas" mesmo depois de libertadas, continuando a pagar quantias em dinheiro para garantir que não voltam a ser raptadas.

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