Executivo do Porto aprova compra da sede da ANJE por 4,3 milhões de euros

A Assembleia Municipal aprovou, esta segunda-feira à noite, por maioria, a aquisição por 4,3 milhões de euros do imóvel que, desde 2008, é sede da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Ali pretende dinamizar um centro de apoio ao empreendedorismo. A proposta foi aprovada com os votos favoráveis do movimento "Rui Moreira: Aqui Há Porto", PS, PSD, Chega e PAN, a abstenção de dois deputados do movimento e o voto contra da CDU e BE.
O presidente da Câmara defendeu a transparência da proposta, garantindo que o objetivo da aquisição do edifício passa por responder à procura de espaços para acomodar startups na cidade. "Há procura e temos de responder a essas necessidades. O mercado está 'aquecido' e corremos o risco, se não tivermos recursos municipais, de elas irem embora”, garantiu.
Aos deputados municipais, Rui Moreira esclareceu ainda que, em causa, não está "a recompra de um terreno que tenhamos oferecido. Volta à nossa posse, gratuitamente, adquirindo um edifício construído pela ANJE, com base numa avaliação indiscutível".
Rui Moreira assegurou também que o Município não está a fazer "favor nenhum" à associação e que tem a possibilidade de realizar "um negócio por um preço justo". "Passamos a ter um edifício municipal. Não devemos inventar a ideia de que há aqui alguma coisa obscura", acrescentou.
Durante o debate deste ponto, o deputado José Maria Montenegro, do movimento "Rui Moreira: Aqui Há Porto", destacou que as dificuldades financeiras que a ANJE atualmente atravessa implicam um debate mais profundo sobre o motivo pelo qual estas associações "têm tanta dificuldade em singrar fora de Lisboa".
"Há um país que custa a funcionar fora do centro do costume. Isso devia preocupar-nos", afirmou, acrescentando que "a Câmara não está a dar apoio à associação de jovens empresários. Estamos a contribuir para que a ANJE consiga ultrapassar as dificuldades em que está".
Pelo PS, Marco Leitão salientou o trabalho desenvolvido pela associação "em prol do empreendedorismo jovem", destacando que a aquisição e, consequentemente, a criação do centro de apoio ao empreendedorismo, permitirá ao Município "reforçar o investimento" nessa área. "Não temos nada a opor a esta proposta. Os valores em causa parecem-nos corretos", disse
Já o social-democrata Rodrigo Passos recordou que, "nos anos 90, a ANJE surgiu como um soco ao centralismo, quando fixa no Porto a capacidade e vontade de atrair jovens empreendedores e empresas".
Agora, frisou o deputado do PSD, a compra permitirá "manter o espírito empreendedor" no edifício e que, os dois anos de ocupação do espaço, permitirão à ANJE "redefinir-se" e ao próximo executivo "planear o que quer fazer" no edifício.
Pela CDU, Rui Sá defendeu que este "não é o melhor negócio" e questionou a razão pela qual a compra sucede "em fim de mandato". "Como defendemos o interesse da cidade? Se ela tem necessidade, do ponto de vista de startups, podíamos perguntar porque a ANJE não consegue corresponder à procura de mercado e tem de ser a Câmara a fazê-lo", argumentou.
Para Rui Sá, "a Câmara tem ou não salvaguardada a situação? Porque necessitamos de adquirir o edifício, em final de mandato? Parece que não é a melhor das soluções, que salvaguarde o interesse do Porto", disse, lamentando ainda que a aquisição não tenha sido uma opção do Executivo relativamente a outros imóveis na cidade, como a Casa Almeida Garrett.
Quanto a este último assunto, Rui Moreira revelou que espera "conseguir resolver o problema" da Casa Almeida Garrett e ter "notícias em breve".
Já a deputada Susana Constante Pereira, do Bloco de Esquerda, disse existir, da forma como o documento de aquisição da sede da associação é apresentado, "um interesse em dar apoio à ANJE num momento difícil". "Se há uma vontade de apoiar financeiramente a ANJE que a proposta seja feita", referiu.
O deputado do PAN, Paulo Vieira de Castro, salientou também a importância da aquisição e o valor que as startups representam para a cidade. "Não poderíamos deixar de estar de acordo com a decisão que aqui é trazida. As condições de negócio são claras, mas, naturalmente, este projeto poderia ser abraçado de outras formas. No entanto, não tira responsabilidades para a cidade e para este Executivo", afirmou.
A Câmara pretende, no prazo de dois anos, transformar o edifício num centro multifuncional de apoio ao empreendorismo, sendo que, durante esse período, a ANJE continuará a ocupar o espaço, celebrando com o Município um contrato de arrendamento no valor de 24.875 euros mensais. De acordo com a informação anexa à proposta, encontram-se em vigor contratos de serviços de incubação virtual, coworking e gabinetes com mais de 50 empresas.


Fonte: CM Porto
Foto: CMP | Andreia Merca

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