29 Mar 2022, 0:00
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Uma retrospectiva da atualidade. Pode ser contraditório, mas é a frase que ajuda a definir a exposição de 250 trabalhos do artista cearense Leonilson, falecido em 1993, aos 36 anos, com sida.
Em exposição nas galerias do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, a obra do expoente da Geração 80 dialoga com os dias de hoje ao denunciar políticos corruptos, ditaduras, homofobia e discriminação sem parecer datada.
Leonilson partiu do Brasil para o mundo numa década em que abertura significava mais que a transição do regime militar para a democracia. A liberdade e alegria de viver entre uma e outra cidade global permeiam seu trabalho quase até os dias finais, quando a melancolia invade as telas, a alma e peças bordadas ganham vida.
Entre os extremos, foi um artista político ligado às raízes e crítico dos problemas nacionais, parte dos temas das ilustrações para o jornal "Folha de S. Paulo", como lembrou a irmã Ana Lenice, presidente do Projeto Leonilson, instituto curador da obra.
Se estivesse vivo, Leonilson teria feito 65 anos no dia 1de março. Em 2023, sua morte completará 30 anos e pequenas exposições estão programadas para São Paulo. Uma grande mostra é uma possibilidade. Mas, antes, duas exibições simultâneas serão inauguradas em São Paulo no dia 2 de abril deste ano, na galeria Superfície e na Casa Zalszupin.