6 Jun 2022, 0:00
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A degradação do serviço postal tem-se acentuado ao longo dos últimos anos, com o encerramento de serviços, despedimento de trabalhadores e incumprimento de prazos.
Recentemente, o Governo promoveu uma alteração à Lei postal para beneficiar o concessionário privado (Grupo Champalimaud) a quem prolongou a concessão até 2028, reduzindo os poderes de fiscalização da ANACOM e permitindo uma maior degradação da qualidade do serviço e um agravamento ainda mais significativo de preços.
Enquanto os accionistas dos CTT acumularam mais de 227 milhões de euros, os trabalhadores sofrem com o agravamento da exploração e as populações e as empresas sofrem com o encerramento de centenas de Estações e um serviço mais lento, mais caro e menos fiável.
Perante esta situação, são evidentes e múltiplos os atrasos no serviço postal na região, situação que foi hoje analisada numa reunião da DORP do PCP com o SNTCT – Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações.
Nos Centros de Distribuição Postal da região Norte identificam-se a falta de mais de 200 carteiros, situação que se traduz no atraso da entrega de serviços e sucessivo incumprimento de prazos definidos.
A realidade é caracterizada por um serviço que, por via do número insuficiente de carteiros, tende a fazer entregas de correio normal em cinco ou mais dias, sendo o prazo de referência até três dias.
A não contratação urgente dos mais de 200 carteiros em falta na região norte poderá levar a situações muito mais graves com o período de férias de trabalhadores que temos pela frente e os atrasos na entrega do correio poderá atingir as duas ou três semanas.