18 Apr 2022, 0:00
145
A organização jihadista Daesh prometeu, neste domingo “vingar” o seu anterior líder, morto em fevereiro, e apelou aos seus membros para que aproveitem a guerra na Ucrânia para retomar os seus ataques na Europa.
A 3 de fevereiro, o Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou a morte do antigo dirigente do Daesh, Abu Ibrahim al-Hachimi al-Qurachi, que se fez explodir durante uma operação das forças especiais norte-americanas no noroeste da Síria, região sob o controlo de jihadistas.
A sua morte e a do antigo porta-voz do grupo foram confirmadas pelo Daesh a 10 de março.
“Anunciamos, confiando em Deus, uma campanha abençoada para vingar” a morte do líder do Daesh, declarou Abu Omar al-Muhajir, o porta-voz do grupo, num comunicado áudio divulgado no domingo, na plataforma digital Telegram.
O Daesh apelou também aos seus membros que para que retomem os seus ataques na Europa, aproveitando “a oportunidade” do “combate entre cruzados”, referindo-se à invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada a 24 de fevereiro.
Abu Hassan al-Hachimi al-Qurachi, novo líder da organização radical sunita, o terceiro desde a sua criação, deu pouco que falar até agora.
Após um aumento de poder fulgurante em 2014 no Iraque e na vizinha Síria e a conquista de grandes parcelas de território, o Daesh viu o seu autoproclamado “califado” ser derrubado por sucessivas ofensivas nesses dois países, em 2017 e 2019, respetivamente.
Mas o Daesh “mantém uma presença largamente clandestina no Iraque e na Síria e lidera uma insurgência sustentada dos dois lados da fronteira entre os dois países”, segundo um relatório da ONU divulgado no ano passado.
Em ambos os países, a organização jihadista conserva “no total, 10.000 combatentes ativos”, de acordo com a mesma fonte.
O Daesh também reivindicou ataques no Afeganistão e no Paquistão, e há grupos jihadistas que lhe estão afiliados a operar também em África.