1 Aug 2024, 7:55
339
Retratos das oito vitórias do FC Porto entre 1981 e 1994
O FC Porto e a Supertaça vivem um casamento feliz há 43 anos, consumado quando Jacques abateu a vítima predileta dos Dragões com um hat-trick. Desde esse longínquo 1981, os portistas disputaram 33 edições da prova a que Cândido de Oliveira dá nome, festejaram em 23 delas e consolidaram uma hegemonia sem paralelo no futebol europeu: sozinhos, têm mais vitórias na competição do que toda a concorrência junta.
Em vésperas de mais uma final, esta contra o Sporting (sábado, 20h15), é tempo de recordar as oito primeiras vitórias azuis e brancas, conseguidas entre 1981 e 1994 nas Antas (duas), na Luz (três), em Coimbra (duas) e em Paris, frente ao Benfica (sete) e ao Estrela da Amadora.
1981: À lei de Jacques
Jacques vestiu a capa de herói na estreia do FC Porto a erguer Supertaças. Acabados de perder 2-0 em casa do conjunto campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, os Dragões receberam e bateram o Benfica com três golos do “rato de área” e outro de Costa. Os lisboetas ainda viriam a reduzir, por Jorge Gomes, mas a primeira edição oficial do troféu acabaria por ficar nas Antas (4-1).
1983: O primeiro da era Pinto da Costa
O primeiro dos 69 títulos do palmarés de Jorge Nuno Pinto da Costa foi uma Supertaça festejada na Luz. Chegados a casa do maior rival sem golos nem José Maria Pedroto, substituído por António Morais devido a doença, os portistas venceram a segunda mão pela margem mínima (2-1) e abriram caminho para a presidência mais titulada da história do futebol.
984: À quarta foi de vez
A Supertaça de 1984, que deveria abrir a temporada e chegou a andar meio perdida no calendário, só produziu vencedor depois de dois meses e quatro jogos. Disputou-se apenas na Primavera do ano seguinte e não dispensou o recurso a uma finalíssima, depois de o Benfica ganhar na Luz e de o FC Porto retribuir na mesma moeda nas Antas: 1-0 para cada lado. Mas na decisão, na finalíssima, só deu azul e branco - no Porto em Lisboa. Em casa, Vermelhinho e Gomes, que bisou, fizeram o resultado (3-0) e na segunda mão, de novo na capital, só Futre marcou.
1986: Um trio letal
A primeira mão, jogada nas Antas, não começou propriamente bem: Rui Pedro colocou o Benfica em vantagem logo aos dois minutos e o FC Porto não conseguiu melhor do que evitar a derrota com um golo de Gomes, ainda na primeira parte. O melhor estava para vir uma semana depois, já na Luz, onde Futre bisou e Madjer e Gomes trataram do resto. Afinal, quem podia resistir àquele tridente ofensivo? O FC Porto venceu por 4-2 e voltou a erguer a Supertaça.
1990: Rei Artur apagou o Estrela
Uma semana depois da derrota na Amadora, onde perdeu com o Estrela por 2-1, o FC Porto deu a volta ao resultado nas Antas para erguer a Supertaça pela quinta vez. O francês Stéphane Paille marcou logo aos oito minutos, mas os golos da tranquilidade só chegaram depois dos 80: primeiro por Semedo e depois por Jorge Couto, que tinha substituído Madjer pouco antes de confirmar a conquista do troféu, mais um para o soberbo currículo de Artur Jorge.
1991: Quem espera sempre alcança
A edição de 1991 da Supertaça foi uma espécie de parto demorado e doloroso. Arrancou em dezembro desse ano e só terminou em setembro do seguinte. Tudo começou com uma derrota na Luz (2-1), resultado que Timofte retificou nas Antas (1-0) quando os golos fora ainda não serviam de sistema de desempate. A finalíssima jogou-se oito meses mais tarde, em Coimbra, com Isaías a colocar o Benfica em vantagem e João Pinto a repor a igualdade a seis minutos do fim. Seguiu-se o prolongamento e os penáltis, que tiveram os encarnados bem na frente (3-0), antes de Vítor Baía defender os dois últimos remates e de Paulinho César fechar a série a favor dos Dragões.
1993: A mesma dose, dois anos depois
Outra vez FC Porto e Benfica no jogo da decisão e desta feita com uma grande coincidência: no primeiro jogo, na Luz, Rui Águas fez o resultado para o Benfica ao minuto 84; nas Antas, Vinha mandou toda a gente para finalíssima aos 84 minutos... Mais de um ano depois, em Coimbra, já com Bobby Robson no lugar de Tomislav Ivić, Domingos colocou os azuis e brancos em vantagem, mas Tavares empatou em cima dos 90. E se Secretário repôs a diferença no prolongamento, César Brito adiou a decisão para os penáltis já com os Dragões reduzidos a nove unidades. Preud’homme e Vítor Baía defenderam um cada, mas o FC Porto teve mais pontaria e venceu 4-3.
1994: Allez les bleus
A Supertaça pulou fronteiras, começou em Lisboa, passou pelo Porto e acabou em Paris, no Parque dos Príncipes, onde se disputou a finalíssima porque o jogo da Luz (1-1), onde Rui Filipe colocou o FC Porto na frente, e o das Antas (0-0), onde Yuran não esteve particularmente inspirado, terminaram empatados. Em França, dez meses após a primeira mão e com Artur Jorge no banco do Benfica, foi Domingos quem decidiu pouco depois do recomeço, fazendo o único golo do encontro que terminou numa homenagem ao saudoso Rui Filipe