14 Jan 2025, 12:59
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BILHETE POSTAL
Por Eduardo Costa
Estes últimos dias radicalizaram-se posições sobre a imigração. A verdade e os factos são provavelmente a melhor forma de entendermos o posicionamento de Portugal.
Um estudo muito recente da insuspeita Fundação Francisco Manuel dos Santos revela que quase 70% dos portugueses concorda que os imigrantes “são fundamentais para a economia nacional”.
Conclui o estudo que 58,8% dos inquiridos considera que os imigrantes devem ter direito ao voto, tal como os portugueses. A maioria - 51,8% - “defendeu também que deve ser facilitada a naturalização destes grupos e 77,4% disse acreditar que os imigrantes que residem em Portugal devem poder trazer a sua família para o País.”
Claro que também mostra o estudo que os portugueses querem uma imigração controlada. “Uma percentagem bastante significativa (78%) defendeu o regresso ao pais de origem para imigrantes não empregados e 82% acredita nesta política caso tenha sido cometido algum crime.”
Vamos a factos que o mesmo estudo revela.
Portugal está entre os 10 países da Europa com menor número percentagem de estrangeiros.
Os imigrantes já contribuem para o equilíbrio da Segurança Social. Só em 2023, os trabalhadores estrangeiros contribuíram com 2677 milhões de euros.
O referido estudo conclui ainda que “setores como o turismo, a agricultura ou as pescas não sobrevivem sem mão de obra estrangeira, à falta de alternativas nacionais.”
Faço meu um título de um diário nacional, que me parece resumir muito do nosso sentimento coletivo:
"Somos país de emigrantes, o mínimo é recebermos bem os imigrantes".
Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
(Esta crónica é publicada em cerca de 50 jornais)