Junta de Freguesia da Foz do Porto quer trajes de papel de São Bartolomeu como arte efémera da UNESCO

A União de Freguesias da Foz, no Porto, assinou um protocolo com três municípios espanhóis para candidatar a manufatura dos trajes de papel, criados para as Festas de São Bartolomeu, a "arte efémera" da UNESCO, foi esta sexta-feira revelado.

À agência Lusa, o presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Tiago Mayan, adiantou que o protocolo é o "primeiro passo" para submeter a arte da manufatura dos trajes de papel a Património Cultural Imaterial da UNESCO.

A produção dos trajes é feita pelas coletividades locais, que preparam com meses de antecedência o Cortejo do Traje de Papel, tradição com mais de 150 anos de história e um dos principais momentos das Festas de São Bartolomeu no Porto.

O cortejo parte da Cantareira e termina com o habitual "banho santo" nas águas do Atlântico, numa tentativa de "expurgar todas as maleitas" dos participantes, conforme dita a lenda.

Durante este ano, a União de Freguesias de Aldoar e os três municípios espanhóis - Mollerusa e Amposta (Catalunha) e Güeñes (País Basco) vão trabalhar na candidatura conjunta à UNESCO, sendo que, cada uma está já em "trabalhos preparatórios" para submeter esta arte a Património Cultural Imaterial em Portugal e Espanha.

"É um processo que será iniciado e concluído já este ano, e será o pontapé de partida de uma candidatura à UNESCO, que é um processo que ainda demorará dois anos. O ponto de partida é já este ano com o protocolo e registo nacional desta arte", esclareceu Tiago Mayan.

Nos municípios espanhóis a manufatura dos trajes de papel tem "tradições diferentes" da portuguesa, estando sobretudo associadas à moda.

Nas cidades catalãs, esta arte é representada no Concurso de Vestidos de Papel que, em Mollerusa, culminou na criação do Museu de Vestidos de Papel, onde são expostos os trabalhos desenvolvidos pelos participantes. A cidade de Güeñes recebe anualmente o Concurso Internacional de Vestidos de Papel.

No âmbito da candidatura conjunta, as quatro entidades nomearam como diretora Carme Polo Vive, professora na Universidade Esade, em Barcelona.

Cada uma das entidades vai contribuir, este ano, com quatro mil euros para o projeto.

A Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial foi aprovada em 17 de outubro de 2003, na sequência da 32.ª Conferência Geral das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, e entrou em vigor a 20 de abril de 2006.

Esta Convenção inclui as tradições ou expressões vivas herdadas dos antepassados, como tradições e expressões orais, artes do espetáculo, práticas sociais, rituais e eventos festivos, conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo e aptidões ligadas ao artesanato tradicional.

 

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