11 Mar 2024, 9:03
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A decorrer de 2023, a Associação de Albergues Noturnos do Porto (ANNP) foi confrontada com uma afluência recorde, ao receber mais de 600 pedidos de alojamento. No entanto, apenas conseguiu dar resposta a uma fração inferior a 20% dessas solicitações, conforme revelou este sábado à agência Lusa a diretora-geral da instituição, Carmo Fernandes.
A Associação de Albergues Noturnos do Porto (ANNP) recebeu em 2023 mais de 600 pedidos de alojamento, tendo conseguido dar resposta a menos de 20% dos casos, revelou este sábado à Lusa a diretora-geral da instituição, Carmo Fernandes, avança o jornal ECO.
Fundada há 142 anos e preparada para dar respostas de alojamento temporário a pessoas em risco ou em exclusão social, a associação dispõe de 97 camas nos dois centros de alojamento, na Rua Mártires da Liberdade e na Rua de Miraflores.
Também o Porto Canal divulga que a falta de habitação conjugada com o preço das rendas, a doença mental que afeta alguns dos utentes e a incapacidade de outros para uma vida autónoma são problemáticas que “fazem com que um número significativo de pessoas permaneça nos albergues muito tempo”, relatou a responsável, revelando haver pessoas a residir há 20 anos na associação.
Segundo a responsável, a instituição que acolhe pessoas em situação de sem-abrigo e em exclusão social está “a trabalhar para lá do seu limite” e, como forma de começar a minimizar esse esforço, quer apostar num modelo de alojamento fora do espaço da associação, denominado ‘housing first’, que visa promover o acesso a habitação para pessoas em situação de sem-abrigo.
A ANNP integra o Núcleo de Planeamento e Intervenção para pessoas em situação de Sem-Abrigo (NPISA), coordenado pela Câmara do Porto e que reúne mais de 60 instituições.