Manifestantes bloqueiam ruas em Paris contra reforma de pensões

A madrugada desta sexta-feira foi de manifestações espontâneas, mas ao início da manhã centenas de pessoas já ocupavam a via de circunvalação de Paris

Os sindicatos estão a organizar na manhã desta sexta-feira bloqueios de ruas em Paris, após uma noite de manifestações espontâneas contra a reforma do sistema de pensões em França, aprovada na quinta-feira sem votação da Assembleia Nacional.

Centenas de pessoas com faixas e emblemas da Confederação Geral do Trabalho (CGT) ocuparam a via de circunvalação de Paris junto à Porta de Glignancourt, desde as 07:00 (06:00 em Lisboa), causando congestionamentos.

"Isso não deve ser feito. Existem instrumentos democráticos de reivindicação", respondeu o ministro do Interior francês, na qual insistiu que as autoridades permitiram as manifestações, sem incidentes, durante todo o movimento contra a reforma das pensões.

Em entrevista à rádio RTL, Gérald Darmanin disse que pelo menos 310 pessoas foram detidas na quinta-feira à noite nas manifestações espontâneas contra a reforma do sistema de pensões, incluindo 258 em Paris.

Os protestos ocorreram também em outras cidades do país, incluindo Marselha, Nantes, Rennes e Lyon.

Gérald Darmanin sublinhou que em Rennes, Albi, Marselha e Paris, alguns dos manifestantes tentaram atacar edifícios públicos e escritórios de representação de políticos do bloco que apoia o Presidente Emmanuel Macron.

Caixotes de lixo também foram incendiados nas ruas próximas à Assembleia Nacional, na capital, informou a polícia.

Darmanin revelou que o Governo impôs, por motivos de saúde, serviços mínimos à recolha de lixo, cujos trabalhadores estão em greve há 10 dias.

“Respeito a greve da recolha de lixo”, mas “o que não é aceitável são as condições insalubres”, disse o ministro.

O chefe da CGT para o setor ferroviário, Laurent Brun, disse esta manhã em entrevista à rádio France Info que o objetivo é “paralisar a economia” e para isso as greves devem multiplicar-se.

O Governo francês recorreu na quinta-feira a um artigo da Constituição francesa, que prevê que uma lei possa ser aprovada sem passar pela Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento), para aprovar a lei de reforma do sistema de pensões.

Entre os artigos mais polémicos desta nova lei está o aumento da idade da reforma para 64 anos ou 43 anos de descontos, mas também o fim dos regimes especiais existentes para os trabalhadores dos transportes, da energia ou mesmo do Banco de França, assim como a adoção de um contrato especial para promover o emprego de pessoas com mais de 60 anos.

Extrema-direita, direita e toda a ala esquerda da Assembleia Nacional francesa pediram na quinta-feira a demissão do Governo, após a aprovação forçada da reforma do sistema de pensões, prometendo apresentar três moções de censura nas próximas 24 horas.

A intersindical que luta contra a reforma do sistema de pensões em França já convocou “reuniões” para este fim de semana e um nono dia de greve e manifestações para 23 de março.

 

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