24 Mar 2023, 0:00
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Mais de um milhão de pessoas protestam nas ruas de França contra a reforma das pensões, que aumenta a idade mínima de 62 para 64 anos.
Ao longo dos últimos dias de protesto já foram registados vários atos de vandalismos e incidentes com as autoridades.
Esta quinta-feira, os manifestantes incendiaram a porta da Câmara de Bordéus.
Nas redes sociais, já existem várias imagens que mostram o momento.
Segundo um corresponde do jornal ‘Le Monde’ no local, a porta da Câmara de Bordéus ardeu, mas os bombeiros conseguiram combater o incêndio. Em declarações ao jornal o presidente da Câmara de Bordéus mostrou-se “extremamente chocado” com o incêndio e a escalada do conflito.
"Lamento qualquer ato de violência. Lamento qualquer ato de violência. O direito de manifestação é um direito constitucional, o direito de roubar não é. Como podem esperar que eu não condene tais atos de vandalismo e destruição nos termos mais fortes possíveis? Psicologicamente, sinto-me muito magoado, muito chocado com esta iniciativa, penso como todo o pessoal municipal e os representantes eleitos da cidade de Bordéus que não compreendem este acto de vandalismo. Estamos a organizar uma guarda para a entrada na Câmara Municipal de Bordéus esta noite e amanhã tomaremos medidas para a consolidar e fazer com que funcione o mais rapidamente possível", afirmou Pierre Hurmic.
O Ministro do Interior Gérald Darmanin revelou ao início da noite que, no decorrer das manifestações, foram contabilizados 140 incêndios em Paris, dos quais 50 ainda estão em curso, e que 172 pessoas foram detidas esta quinta-feira, das quais 70 em Paris.
"A violência não passará", afirmou.
Citado pelo Le Monde, Darmanin revelou que 149 agentes da polícia ficaram feridos esta quinta-feira, "alguns gravemente". Desde o início dos protestos, 350 agentes ficaram feridos.
França vive a nona jornada de protestos contra uma lei que aumenta de 62 para 64 a idade mínima de reforma sem penalizações financeiras, que foi definitivamente aprovada na passada segunda-feira, ao serem chumbadas duas moções de censura ao Governo, uma delas por apenas nove votos.
Macron afirmou na quarta-feira esperar que a alteração à lei das reformas entre em vigor antes do final do ano, assim que receber a aprovação do Conselho Constitucional, ao passo que os sindicatos garantem que prosseguirão os protestos e as greves para obrigar o executivo, chefiado pela primeira-ministra Élisabeth Borne, a recuar e retirar o diploma.