9 Jan 2023, 0:00
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Segundo os especialistas “não era possível prever” a grande quantidade de chuva que caiu no fim da manhã deste sábado no centro do Porto. Mário Marques, que estava a vigiar o radar meteorológico, conta ao Porto Canal, “que era uma situação muito circunscrita”.
“10 minutos antes o radar não apontava aquela intensidade de precipitação”, explica o climatologista. Segundo o especialista, “neste tipo de situações é preciso pelo menos uma hora” de antecedência, caso contrário “não dá tempo para minimizar os impactos”.
Sobre as possíveis causas para as enxurradas que se verificaram sobretudo na baixa do Porto, Mário Marques explica que “é muito estranho que o fenómeno tenha ocorrido numa área tão restrita” e que “tendo em conta a cor dos detritos, que eram terrosos”, é possível que estejam associados às obras de ampliação do metro do Porto.
Em declarações ao Porto Canal, na emissão especial da Manhã Informativa desta segunda-feira, Mário Marques explica que “choveu de facto muito, com zonas da cidade onde caíram 30 a 40 litros em apenas uma hora”. Para o especialista agora é altura de averiguar as causas do fenómeno.
Comparando o que aconteceu este sábado no Porto com as cheias que afetaram a cidade de Lisboa em dezembro do ano passado, o climatologista afirma que “são duas situações muito distintas”. Para Mário Marques, “no Porto foi uma precipitação extremamente intensa num curto espaço de tempo”. Já em Lisboa “choveu durante muito mais tempo e a cidade tem um grave problema de escoamento porque a parte baixa da cidade é muito mais plana do que o Porto”.