9 Nov 2023, 0:00
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Segundo noticia o Porto Canal, os profissionais de saúde alertam para uma situação de risco de segurança clínica na prestação de cuidados aos doentes.
O grupo de médicos que assina esta carta aponta para os constrangimentos que remontam a outubro de 2023, quando o serviço mudou para instalações provisórias. Tal resultou na perda de uma sala de partos, défice de instalações sanitárias, corredores de circulação inadequados, área de admissão de doentes sem espaço para a colocação de uma maca, entre outros.
Estes profissionais alertam ainda para o incumprimento do regulamento da Ordem dos Médicos relativo à constituição das equipas tipo no Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do CHUSJ. “Atualmente e devido ao aumento previsível do números de partos (acréscimo das parturientes de CH Tâmega e Sousa) deveriam ser 5 e não 4 elementos médicos na equipa tipo”, pode ser lido no documento a que o mesmo órgão de comunicação teve acesso.
O acréscimo de doentes do foro ginecológico e obstétrico sem o devido reforço das equipas, aliada à restrição do espaço físico, levaram estes médicos a alertar para a incapacidade de “prestar cuidados assistenciais adequados e em segurança”, o que implica um “risco clínico elevado”.
Como tal, os médicos que assinam esta carta consideram que se encontra “excluída a responsabilidade do médico”, transferindo-se esta para o “órgão superior hierárquico do signatário – esse conselho de administração – na qualidade de autor das ordens de que aqui se protesta formalmente”.
O Hospital de São João, no Porto, está a receber doentes transferidos dos hospitais de Penafiel, de Viana do Castelo, de Braga, de Barcelos, de Vila Nova de Famalicão, da Póvoa de Varzim/Vila do Conde e de Matosinhos, noticiou o Porto Canal na quarta-feira, 8 de novembro.
Segundo avança o jornal Expresso, os doentes precisam de ser vistos pela especialidade de cirurgia geral e alguns necessitam mesmo de cirurgia, visto que os serviços de urgência da especialidade nos hospitais das suas zonas têm fechado devido à falta de médicos para preencher as escalas.
O São João já tem adiado consultas e cirurgias programadas, escreve o jornal Expresso, para responder ao elevado fluxo que têm tido nas urgências. Cirurgia geral e obstetrícia são as especialidades que estão a ter mais constrangimentos na região norte devido à escusa dos médicos às horas extraordinárias.
De acordo com a diretora da urgência em Cirurgia Geral do São João, Elisabete Barbosa, só o hospital de Guimarães é que não transferiu doentes para o São João e têm passado todo o dia e toda a noite a operar.