3 Feb 2022, 0:00
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Realizador de "Manhã Submersa" destacou-se também como um popular divulgador de cinema na televisão na década de 1990.
Tinha 79 anos e dedicou a vida ao cinema, como espectador, crítico, ensaísta, programador, diretor de festival, professor, cineclubista, argumentista e realizador, tendo também encenado para teatro.
A notícia foi confirmada nas redes sociais pelo filho, o realizador, produtor e encenador Frederico Corado, que disse à Agência Lusa que foi vítima de "um ataque cardíaco fulminante" hoje de manhã em casa, em Lisboa.
Segundo Frederico Corado, o pai estava a preparar um novo ciclo de programação no espaço cultural Casa das Imagens, em Setúbal, dedicado ao antigo cinema Apolo 70, de Lisboa.
A Academia Portuguesa de Cinema já lamentou o desaparecimento do seu membro honorário, que homenageara com um prémio de carreira em 2018.
Nascido em Lisboa, a 18 de agosto de 1942, Lauro António de Carvalho Torres Corado passou a infância e parte da adolescência em Portalegre, que terá sido decisiva na forma como se aproximou da escrita e da cultura, em particular do teatro e do cinema.
Foi ainda membro do Cine-Clube Universitário de Lisboa, dirigente do ABC Cine-Clube e cofundador do festival Festróia, e programador de festivais e várias salas de cinema (as antigas Estúdio Apolo 70, Caleidoscópio, Foco).
Além de programar várias salas, a intensa atividade de Lauro António em torno do cinema fê-lo colaborar com a RTP e a RDP, publicar ensaios, dirigir festivais de cinema em Portalegre, Seia, Viana do Castelo e em Famalicão, e lecionar, consecutivamente, em cursos sobre cinema.
Em 2018, Lauro António recebeu o Prémio Carreira do Fantasporto, foi distinguido pela Academia Portuguesa de Cinema com um prémio Sophia de carreira e condecorado pelo Presidente da República com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.