2 Mar 2022, 0:00
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"A eliminação física" do Presidente russo Vladimir Putin pelo seu povo é a única forma de acabar com a guerra na Ucrânia, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês, Jean Asselborn, acrescentando que os russos derrubariam o seu governo se soubessem realmente o que está a acontecer.
"Se o povo russo visse o caos que Putin está a criar, o que ele está a destruir, por quanto medo e quantas mortes ele é responsável, na minha opinião, o Kremlin seria derrubado, o que é tudo o que poderia desejar [que lhe acontecesse], também que ele fosse fisicamente eliminado", afirmou Asselborn numa entrevista à rádio 100,7, esta quarta-feira.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, disse que Biden sabe que a única alternativa às sanções contra Moscovo é uma terceira guerra mundial.
Única alternativa a sanções era uma "guerra nuclear devastadora", diz chefe da diplomacia russa
Sergei Lavrov disse que o Presidente norte-americano, Joe Biden, sabe que a única alternativa às sanções contra Moscovo é uma terceira guerra mundial.
"Essa parece ser a única forma de o parar", disse o ministro, conhecido pelos seus comentários ousados sobre os líderes estrangeiros. Asselborn "não consegue imaginar" que as atuais negociações de paz irão produzir resultados.
O Luxembourg Times revela que o Ministério dos Negócios Estrangeiros não comentou a questão sobre se Asselborn pretendia incitar os russos a revoltarem-se e a derrubar o governo e possivelmente matar Putin para pôr fim ao conflito, dizendo que a entrevista tinha sido clara.
A entrevista levou o partido de direita ADR a perguntar ao Primeiro-Ministro Xavier Bettel se ele achou "apropriado" que o Ministro dos Negócios Estrangeiros do país recorresse publicamente ao apelo à violência mortal contra um Chefe de Estado estrangeiro, numa pergunta parlamentar que Bettel tem de responder no prazo de uma semana.
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"Putin está a agir de forma cada vez mais emocional e poderá usar todas as armas ao seu dispor. Incluindo as nucleares. É importante não ter nenhumas ilusões, mas também não perder a esperança", diz a ex-conselheira nacional de defesa norte-americana, Fiona Hill.
A luta por algumas das principais cidades da Ucrânia intensificou-se no sétimo dia do ataque militar da Rússia, com fortes bombardeamentos na cidade oriental de Kharkiv, enquanto um comboio militar se aproximava da capital, Kiev.
As negociações para acabar com a guerra tiveram lugar na segunda-feira entre as delegações que representam Moscovo e Kiev. Os resultados foram inconclusivos, embora ambas as partes tenham concordado em prosseguir as conversações, informou o Financial Times. As conversações poderão ser retomadas esta quarta-feira, afirmou o governo ucraniano.
Asselborn, conhecido por ter tecido comentários sobre o antigo vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini e a Hungria, fez com que o diplomata dos EUA Mike Pompeo cancelasse uma visita ao Luxemburgo em janeiro de 2021, poucos dias depois de ter chamado o antigo presidente dos EUA Donald Trump de "criminoso" e "piromaníaco político".