Município associa-se à “luta urgente” do último grande jornal da cidade

Em dia de greve, os jornalistas do Jornal de Notícias (JN), d’O Jogo e da TSF manifestaram-se em frente aos Paços do Concelho. Reclamam a manutenção dos postos de trabalho, depois do anúncio do despedimento de cerca de duas centenas de trabalhadores do grupo Global Media. Aos lados dos jornalistas, o Executivo municipal associou-se à luta do “último grande jornal da cidade”.

“O desaparecimento destes órgãos de comunicação social é uma tragédia, uma tragédia para o país, para o norte e para o Porto”, considera o presidente da Câmara do Porto. Com a convicção de que “o JN não é um jornal qualquer”, Rui Moreira lembrou como a cidade já perdeu periódicos como O Primeiro de Janeiro ou o Comércio do Porto. Por isso, reforça, “o JN não pode ser perdido”.

Além da preocupação, o presidente da autarquia insta os partidos políticos ao seu “sentido de responsabilidade”. “Eu tenho vindo a chamar a atenção para o facto de não compreender porque é que, na contratação pública, a Câmara do Porto não pode contratar serviços com os jornais, estando sujeita a limitações”, afirma Rui Moreira.

Olhando para o jornalismo como não sendo “um serviço qualquer” que é prestado à população, o presidente assume não compreender, igualmente, como é que “o Estado, sendo tão paternalista, permitindo que possa participar em órgãos de comunicação social”, não garanta a mesma possibilidade aos municípios. “É desconfiança relativamente ao poder autárquico?”, questiona Rui Moreira.

O presidente da Câmara do Porto entende a manifestação dos jornalistas como “uma luta urgente”, devido aos salários que já estão em atraso, mas insta a que se olhe para esta como “uma situação de fundo”.

Lançando a reflexão sobre se “queremos ou não ter comunicação social?” ou se, pelo contrário, “queremos ser informados a partir do Instagram ou do Facebook”, Rui Moreira não tem dúvida de que “se valorizamos o serviço que a comunicação social nos presta, temos que ser consequentes”.

"JN faz parte do sentido de pertença do norte do país"

Deixando de lado a hipótese de nacionalização, o presidente da Câmara considera que é necessário “permitir que os municípios possam intervir, participar, ter posições minoritárias nos jornais”, cabendo aos jornalistas o papel de escrutinadores desta ligação. Para Rui Moreira, “esta é a altura de meterem a mão na consciência”.

Questionado sobre uma eventual perda de identidade do norte do país, o presidente da Câmara do Porto afirmou que isso não acontecerá e a prova é a manifestação em frente aos Paços do Concelho. “Estarem aqui as forças políticas todas e muitas pessoas interessadas quer dizer que temos uma identidade e um sentido de pertença”, reforçou Rui Moreira, acrescentando que “o JN faz parte desse sentido de pertença” e que a cidade não o quer perder.

Aos jornalistas em protesto, o presidente da Câmara do Porto assegurou que o Município “está empenhado em fazer tudo o que pode para que não desapareçam”. O Executivo já se havia mostrado solidário desde o anúncio do despedimento coletivo dos trabalhadores do grupo Global Media, no início de dezembro.

 

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