19 Dec 2024, 8:58
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O presidente da Câmara do Porto revelou, esta quarta-feira, que o Município vai pedir uma indemnização pelo valor patrimonial da Quinta do Mitra, depois de esta ter sido reabilitada, fruto de um investimento municipal de cerca de 1,2 milhões de euros, e de, agora, ter de ser demolida por causa do projeto de alta velocidade, da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP).
Rui Moreira começou por fazer uma resenha histórica do edificado. "A Quinta do Mitra estava entregue à Junta de Freguesia de Campanhã. No âmbito do projeto aprovado há 10 anos para o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) resolvemos reabilitar a Quinta e fazer o passadiço de ligação ao edifício. A Câmara fez aquilo que lhe competia: renovar um edifício histórico da cidade", assegura.
O presidente da Câmara lamenta que o Município tenha, agora, de demolir a renovada Quinta do Mitra devido ao projeto de alta velocidade. "O eixo ferroviário de Campanhã era um tema consolidado", garante, revelando que a autarquia foi informada há alguns meses de que "havia a possibilidade de ligação [da alta velocidade] do aeroporto em túnel".
Entretanto, na passada segunda-feira, o Município avançou à Lusa ter sido informado pela Infraestruturas de Portugal de que "não será possível, por motivos exclusivos à ferrovia, manter a Quinta do Mitra".
“Lamento a situação. Não podíamos imaginar”, refere o autarca portuense, assegurando que a Câmara vai pedir uma indemnização pelo valor patrimonial do edifício, reabilitado em maio de 2023, e onde chegou a ser ponderada a hipótese de aí instalar a sede da Empresa Metropolitana de Transportes.
"A nova Empresa Metropolitana de Transportes contava ir para lá e instalar lá a sua sede. O Marco Martins [futuro presidente da Empresa Metropolitana de Transportes] tinha falado connosco e a nós parecia-nos bem, estava em Campanhã, parecia-nos um sítio ótimo. Agora pouco podemos fazer", revela Rui Moreira.
Para além da indemnização a pedir à IP, o presidente da Câmara garante que pode haver outras soluções para a própria quinta. "Aquilo que podemos pensar é amanhã, mas isso não me competirá a mim, aquele edifício ser desmontado e colocado noutro sítio. Pode ser, já aconteceu isso na cidade do Porto", conclui.
Fonte/Foto: CM Porto