31 Mar 2022, 0:00
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"1618" é o filme português mais premiado de sempre, com mais de 50 prémios internacionais arrecadados em festivais de cinema. Vai ser exibido gratuitamente esta quinta-feira, dia 31 de março, no Museu Judaico do Porto, às 19 horas.
Baseado em factos verídicos. Em 1618, Matos de Noronha, Visitador da Inquisição, dirige-se para a cidade, numa carruagem escoltada pela sua guarda. Muitos cristãos-novos são suspeitos de terem praticado heresias judaizantes. António Álvares, mercador e filantropo respeitado pelas gentes do Porto, é o alvo primeiro da Visitação. A fuga parece ser o seu único caminho.
As prisões arbitrárias instalam-se na cidade, num clima de denúncias anónimas, medo e sofrimento, pondo em causa a convivência salutar entre cristãos-velhos e cristãos-novos. Diogo Sousa, o Presidente do Tribunal da Relação, decide obstar a tantos abusos e ordena o cerco do Tribunal Eclesiástico, por guardas a cavalo. O Visitador, humilhado, viaja para Madrid para fazer queixa ao Rei D. Filipe.
Tratou-se de um caso, único no mundo, de resistência à Inquisição por parte das autoridades municipais, judiciárias e religiosas de uma cidade.
O historiador Jorge Martins explica que “a importância dos judeus do Porto ao longo dos séculos levou as autoridades locais, em sua defesa, a fazer frente ao inquisidor. Este filme é uma epopeia que faz jus ao resgate da memória dos judeus portugueses.”
“1618” é uma das maiores produções cinematográficas realizadas em Portugal. Produzido pela Lightbox, com realização de Luís Ismael, o filme conta com a participação de Pedro Laginha, Catarina Lacerda, Francisco Beatriz, Mafalda Branqart, Heitor Lourenço, Pompeu José, entre outros.
“1618” faz parte de um projeto inter-religioso e de combate ao antissemitismo entre a Comunidade Judaica do Porto (detentora dos direitos sobre o filme) e a Diocese católica do Porto.