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O Primeiro de Janeiro

2 May 2025, 9:00

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Não há perdedores, todos ganham um novo Papa

NOVOS TEMPOS
Por Sérgio Carvalho

Jesus disse-lhe: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.» (Mateus 16, 17-19)

Após os Novemdiales ou Nove Dias Santos que guardam o luto pelo falecimento do Papa Francisco, e que são assinalados por celebrações, sufrágios e orações, a 7 de maio iniciar-se-á o Conclave. 

Esta reunião, à porta fechada, ou, literalmente, «compartimento que se fecha com chave», marca a fase das votações para a escolha do sucessor do apóstolo São Pedro. Os 135 cardeais, de mais de 70 países, escolherão, fechados na Capela Sistina, sob as pinturas de Miguel Ângelo, aquele que será o Papa e que exercerá as funções de Bispo de Roma, Vigário (Representante) de Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Supremo Pontífice, Primaz de Itália, Arcebispo e Metropolita da Província Romana, Soberano do Estado do Vaticano, Patriarca do Ocidente (ou da Igreja Latina) e Servo dos Servos de Deus.

Desde os alvores do cristianismo, o sucessor de São Pedro sempre teve como principais missões: manter e confirmar os cristãos na fé; promover a unidade e defesa da Igreja e exercer o chamado «poder das chaves». O poder das chaves consiste em unir ou confirmar a desunião entre a terra e o reino dos céus de alguma pessoa ou situação. Tal poder está retratado nas imagens de São Pedro que aparece sempre com duas chaves na mão e no brasão e bandeira do Vaticano. 

O Papa é, antes de mais, o «Primus inter pares», o primeiro entre os iguais. É um cristão como todos os outros batizados, mas com uma função e ministérios próprios. É o chamado ministério petrino ou de Pedro. Como dizia Santo Agostinho «para vós sou bispo; convosco, sou cristão».  O Papa é aquele que segura a barca de Cristo, confirma e guia os católicos na fé. 

É dogma da fé católica que, quando o Romano Pontífice ensina de modo oficial e solene «ex cathedra» a partir da «cadeira de Pedro», não erra, pois, é assistido pelo Espírito Santo. Este dogma, definido no Concílio Vaticano I (séc. XIX) é chamado de Infalibilidade Papal. 

Mas isto não significa que tudo o que Papa escreva ou diga seja dogma de fé. Não podemos cair em «papalatria», muito em voga nos dias que correm. Invoca-se o magistério do Papa para justificar tudo e todos. Frases como «o Papa disse…», ou «o Papa fez…» estão sempre na boca de quem questiona as Verdades da Fé, a Tradição Apostólica ou as decisões de quem preside às igrejas locais (dioceses) e paróquias. 

Não sabemos quem será escolhido para suceder a São Pedro. Desconhecemos o seu nome e rosto, mas uma coisa é certa – será o Papa certo para o momento concreto que vivemos em Igreja e no mundo. 
Não alinhemos em apostas e lotarias de quem é o favorito ou mais bem posicionado. Os que são crentes confiam na ação do Espírito Santo e os que são homens e mulheres de boa vontade que estejam de coração aberto e escutem a voz do «bispo vestido de branco». 

Será escolhido um cardeal, mas não serão umas eleições como o mundo as entende. Não há perdedores, todos ganham um novo Papa. Não alinhemos em circos mediáticos e em teorias da conspiração, porque o Senhor está connosco até ao fim dos tempos. Ele nunca nos abandona, nem abandonará a sua Igreja. 


Sérgio Carvalho, Professor e Jornalista
 

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