2 Jan 2022, 0:00
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Opinião
Por Gustavo Pires *
O país vai entrar em 2022 sob o signo da fábula do escorpião e do sapo. A fábula em si retrata um dos aspetos mais sórdidos que podem configurar a mente doente dos dirigentes de alguns países e milhares de instituições por esse mundo fora. Refiro-me a personalidades sombrias com uma natural habilidade para se utilizarem e explorarem insensivelmente dos outros, a fim de satisfazerem o seu próprio inchado ego no exercício e manutenção do poder. E nem na hora da morte dele se querem separar pelo que, na sua demência, até sonham com um funeral institucional no pleno exercício do poder. Os faraós no Egipto, na sua morte, faziam-se encerrar com o seu séquito de servidores nos majestosos túmulos que eram as pirâmides porque o poder para eles era eterno.
Esta esquizofrenia de poder, nos tempos modernos, está bem vertida na fábula do sapo e do escorpião. A estória conta-se de uma penada: Um dia, um escorpião pediu a um sapo que o levasse para a outra margem do rio. O escorpião convenceu o sapo cheio de medo de que nunca lhe daria uma ferroada uma vez que, se o fizesse, afundar-se-iam os dois e morriam. O sapo aceita e inicia o transporte do escorpião para o outro lado do rio. Mas, a meio do rio, o escorpião não resiste e aplica uma ferroada no sapo. E quando o sapo lhe perguntou porque é que o havia ferroado o escorpião respondeu-lhe simplesmente que ferroar os incautos fazia parte da sua natureza.
Há dirigentes por esse mundo fora que vive sob o signo do escorpião. A sua natureza é a de ferroar os incautos e ingénuos. Quer dizer, prisioneiros de uma personalidade mórbida são exímios a capturar inocentes e incautos para, na primeira oportunidade, acabarem com eles. E contam com os ingénuos e os incautos para os transportarem até à tumba. Querem morrer em combate. Só deixam subdesenvolvimento e desolação.
Bom Ano Novo e cuidado com os escorpiões.
*Professor jubilado da Faculdade de Motricidade Humana
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