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O Primeiro de Janeiro

25 Feb 2022, 0:00

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O dia "D" do regresso da guerra à Europa

O momento que se temia chegou. Depois de meses de tensão, a Rússia finalmente invadiu a Ucrânia. As forças ucranianas combateram os invasores russos um pouco por todo o país após o ataque dirigido a partir do Kremlin ter chegado por via terrestre, marítima e aérea, naquele que é descrito como o maior ataque a um estado do continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Além dos mísseis lançados sobre vários alvos ucranianos, Kiev deu conta também da entrada de tropas de Moscovo pelas fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia, além da entrada pelas costas do Mar Negro, a sudoeste, e do Mar Azov, a nordeste.
Para o presidente russo, o objetivo é desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia. Já esta tarde, Vladimir Putin disse que o seu país “não tinha outra maneira" de se defender a não ser lançar um ataque na Ucrânia, confirmando que o Exército russo estava em processo de invasão daquele país vizinho: “o que está a acontecer agora é uma medida coerciva. Porque não temos outra forma de fazer o contrário", disse.
Já o presidente ucraniano disse ser possível ouvir o som de uma nova Cortina de Ferro a cair enquanto as forças de Moscovo avançam pelo país. Volodymyr Zelenskiy, diz a agência Reuters, alertou mesmo que outros países podem ter o mesmo destino.
Tanto a União Europeia, como a NATO e o G7 já condenaram a ação russa, falando em mais sanções.
Mesmo instituições como a OMS e o FMI já reagiram: a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje para o risco de a guerra na Ucrânia provocar uma catástrofe humanitária na Europa, salientando que o acesso aos serviços de saúde "devem ser sempre protegidos". "Qualquer nova escalada pode resultar numa catástrofe humanitária na Europa, incluindo um número significativo de vítimas e mais danos nos sistemas de saúde já frágeis”.
Já a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou também que a invasão russa da Ucrânia representa "um importante risco económico para a região e para o mundo" e pode afetar a recuperação económica.
Na Rússia, os mercados caíram e o rublo atingiu os valores mais baixos de sempre. Os efeitos económicos, no entanto, sentem-se um pouco por todo o mundo com os mercados a ver as ações cair. Entretanto, a Ucrânia encerrou os seus portos.
Em Portugal, o Conselho Superior de Defesa Nacional deu hoje parecer favorável, por unanimidade, a propostas do governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO.
António Costa disse, na manhã de quinta-feira, que Portugal dispõe de uma força militar que será disponibilizada para missões de dissuasão, caso seja essa a decisão do Conselho do Atlântico Norte, mas afastou uma intervenção da NATO na Ucrânia. O primeiro-ministro garantiu em São Bento que “a NATO não intervirá nem agirá na Ucrânia”.
Durante a tarde, porém, o ministro dos Negócios Estrangeiros (que estava ao lado de Costa na declaração desta manhã) alertou que os países ocidentais e membros da NATO têm de estar preparados “para todos os cenários”, trabalhando ao mesmo tempo no plano da defesa e no das sanções económicas e financeiras.
Na capital ucraniana, o embaixador de Portugal "foi o penúltimo a sair de Kiev" após a ofensiva militar russa, revelou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que ficaram no terreno oficiais para contactar e encaminhar os portugueses na Ucrânia.
Segundo o presidente da República, Portugal está a acompanhar “a situação dos cidadãos portugueses, na grande maioria com dupla nacionalidade, cerca de 200, que ou já saíram ou estão a sair do território ucraniano", afirmou.
De manhã, António Costa tinha já dito que todos os ucranianos que queiram vir para Portugal serão “bem-vindos”, afirmando também que as embaixadas daquela região têm instruções para agilizar a emissão de vistos.
Já da parte da Alemanha, o chanceler advertiu o presidente russo para não "subestimar" a determinação da NATO em defender os seus membros e exortou-o a retirar as tropas da Ucrânia e a revogar o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk.
Olaf Scholz reiterou que tanto a Europa como os “aliados americanos” estão determinados a “impedir” que este conflito se propague a outras partes do continente, aludindo aparentemente aos Estados Bálticos (Letónia, Estónia e Lituânia), Polónia, Eslováquia e Roménia.
Durante o dia, o Exército ucraniano anunciou que estavam em curso combates pelo controlo do aeroporto militar Antonov, após ataque de forças russas. Agora, as Forças Armadas russas já controlam o aeroporto militar Antonov, em Gostomel, nos arredores de Kiev, depois de uma violenta operação de ataque com helicópteros.
"A luta está em curso no aeroporto de Gostomel", localizado poucos quilómetros a noroeste de Kiev, anunciou Valery Zaloujny.
Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano anunciou também que a Ucrânia perdeu o controlo sobre a central nuclear de Chernobyl, depois de uma batalha feroz para tentar repelir as forças militares russas.

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