29 Apr 2024, 16:30
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Marco Martins, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, alertou esta segunda-feira para a “enorme dificuldade” em recrutar pessoas para o combate aos incêndios no verão, o que pode levar a que hajam menos equipas no terreno,k avança o Porto Canal.
Marco Martins, que também assume a liderança da Câmara Municipal de Gondomar, no distrito do Porto, lançou o alerta na reunião do Conselho Metropolitano do Porto, na qual avisou que a dificuldade no recrutamento é evidente no Grande Porto, sendo no interior do país “ainda muito mais grave”.
O dispositivo especial de combate a incêndios vai de 01 de maio a 30 de outubro, sendo os meses de maior intensidade os de julho e agosto, explicou.
Além da falta de recursos humanos, Marco Martins apontou a baixa remuneração, que, em 2022, era de 64 euros por 24 horas de serviço, o que nem chega aos três euros à hora.
Dizendo que as câmaras municipais “não podem dar mais” aos bombeiros porque “já dão o que podem”, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto defendeu a criação a nível nacional de um pacote de medidas fiscais como existe noutros países da Europa para, dessa forma, atrair mais jovens para os bombeiros.
“O país tem de dar novas regalias e incentivos para atrair mais pessoas para os corpos de bombeiros”, salientou.
Perante o atual cenário, Marco Martins considerou que “cada um tem de fazer a sua parte”, tendo as autarquias e as juntas de freguesia de sensibilizar as populações para limpar os terrenos e as estradas.
Segundo o mesmo órgão de informação, também o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, reconheceu o problema do recrutamento esclarecendo que nem as associações humanitárias de bombeiros voluntários, nem os sapadores - no caso dos municípios que têm sapadores - estão a conseguir dar resposta àquilo que são os rácios estabelecidos por lei para a contratação das equipas.
Além dos valores pagos não serem atrativos, o também presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia apontou ainda a sazonalidade da função.
“Acho mesmo que o problema é a sazonalidade e quando nós vamos ao mercado de trabalho, que está já profundamente pressionado por falta de trabalhadores especializados nesta área, sentimos que os valores que são pagos e que são definidos pelo Estado não estão a ser suficientemente apelativos”, disse.
No âmbito da preparação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) deste ano, o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, (ANEPC), promoveu nos dias 27 e 28 de abril, em Valongo, a terceira Ação de Treino Operacional (ATO) de Ferramentas Mecânicas, com o objetivo de otimizar os conceitos de utilização, conservação e manutenção de motoserras.