9 Aug 2024, 7:52
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A empresa municipal Domus Social finalizou, recentemente, uma obra de conservação no edifício dos Ateliers da Lada. O projeto da intervenção, com principal foco na manutenção da cobertura, foi desenhado por Virgínio Moutinho, autor do projeto original da construção. "Plantei árvores, fiz filhos e fiz uma obra, entre outras, de que me orgulho", partilha o arquiteto.
A obra de conservação, cujo investimento rondou os 265 mil euros, permitiu, sobretudo, melhorar as condições da edificação e o respetivo grau de habitabilidade.
O principal traço desta intervenção foi a manutenção do plano horizontal da cobertura. Durante a execução dos trabalhos, a superfície foi intervencionada "de forma a ter um pouco mais de espessura para poder fazer inclinações mais compatíveis com as áreas a drenar", explica Virgínio Moutinho, arquiteto e autor do projeto. "Aumentámos a cobertura, em altura, quase 40 centímetros", acrescenta, sublinhando o aspeto notório da alteração.
Neste âmbito, foram aumentadas as pendentes dos planos de escoamento e das condutas pluviais, sendo, ainda, adicionado um sistema de escoamento de emergência no bordo sul da cobertura.
Preservando a imagem e integridade formal da construção, a obra de conservação realizada no edifício dos Ateliers da Lada criou, assim, melhores condições de drenagem da cobertura e garantiu uma boa estanquidade de toda a edificação.
Ao mesmo tempo, a intervenção figurou uma oportunidade para atualizar o edifício, que compõe, há cerca de três décadas, a paisagem arquitetónica de uma das mais emblemáticas entradas da cidade do Porto, nomeadamente, através da substituição de alguns materiais por outros com maior durabilidade e performance.
O edifício dos Ateliers da Lada está localizado em pleno centro histórico, próximo à Ponte Luís I e junto ao Túnel da Ribeira, e foi construído por ocasião do Porto Capital da Cultura 2001. Na época, o projeto de construção, também desenhado pelo arquiteto Virgínio Moutinho, recebeu o Grande Prémio na terceira Trienal de Arquitetura de Sintra (1998) e um elogio de Kenneth Frampton, arquiteto e nome de referência no setor.