“Os cidadãos do Porto não suportam que lhes mintam, é o pior que se lhes pode fazer”

Confrontado com o pedido da Metro do Porto para nova intervenção na zona das Cardosas, o presidente da Câmara reiterou a preocupação com o facto de "todas as frentes de obra [para construção da futura Linha Rosa] estarem com atraso", quando a empresa, acusa, vem apresentando "ilusionismos à volta das empreitadas e dos prazos".

 

"Não mintam aos portuenses", exige Rui Moreira

Sobre a obra nas Cardosas, o autarca deu conta de que a intenção da Metro é obrigar o trânsito a descer pelos Lóios para uma intervenção com duração prevista de três a quatro semanas. Quando questionou a empresa sobre se, pelo menos, isso resultaria na recolocação das linhas do carro elétrico, "disseram-nos que não" e que ainda haveria nova intervenção no local no próximo ano.

No mesmo sentido, o Município foi informado da necessidade de voltar a intervir na Rotunda da Boavista, "utilizando o mesmo método que levou à condenação de algumas árvores centenárias", adianta o presidente da Câmara.

Esta situação levou Rui Moreira a compilar, e apresentar no período antes da ordem do dia da reunião de Executivo desta segunda-feira, uma série de episódios de incumprimento e "desinformação à população" por parte da Metro do Porto.

Entre eles, a forma como a empresa lidou com as enxurradas de janeiro de 2023, tendo, mesmo depois de "um parecer do LNEC demonstrar que grande parte do problema foi provocado pela forma como as obras estavam a ser feitas", dito que "a responsabilidade era do Município".

 

A população tem sido enganada e isso não podemos tolerar”

Acresce que, tendo a empresa garantido que a Avenida dos Aliados estaria aberta para o São João, o que não se concretizou na plenitude, o Município questionou se, pelo menos, seria possível ali fazer a festa de Passagem de Ano nos moldes habituais, mas não obteve resposta.

Mais recentemente, a Metro "disse que estava tudo pronto [para a operação do metrobus] e que a STCP ia lá colocar os autocarros", quando, lembra o presidente da Câmara, a empresa "sabe que os veículos não abrem do lado esquerdo".

Rui Moreira admite "compreender que corra mal o concurso público. O que não pode suceder é o lavar de mãos". "A Metro insistir numa mentira sucessiva causa uma suspeita em relação ao serviço, a decadência na confiança que os cidadãos têm nas instituições e num projeto que é extremamente importante, e coloca o Município numa permanente situação defensiva", afirma o autarca.

Não querendo "incitar as pessoas contra a Metro", Rui Moreira garante que "não podemos ficar sentados à espera que as pessoas digam que o presidente da Câmara já devia ter agido".

"Não mintam aos portuenses", exige o autarca, certo de que "a Linha Rosa não vai estar pronta em julho". "A população tem sido enganada e isso não podemos tolerar", sublinha.

Em sintonia, também Mariana Ferreira Macedo, do PSD, apelida de "vergonhosa a atitude da Metro", que acusa de "não ter uma postura séria" relativamente aos comerciantes lesados com os atrasos nas obras.

Também pelo PSD, Alberto Machado considera "o descrédito total nas organizações" o facto de dizer que "uma obra está pronta e basta passar por lá para perceber que não está".

Já Ilda Figueiredo, da CDU, mostra "inquietação pela necessidade de se mexer nos locais duas e três vezes", acusando a “falta de planeamento" no processo.

 

Fonte/Foto: CM Porto

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