“Os polícias não são super-heróis”, reforça Rui Moreira

Saúde Mental, Estigma e Resiliência. Três conceitos que acompanham o serviço que impele sobre as forças policiais e que levaram centenas de agentes da Polícia Municipal do Porto – e outros protagonistas de diversas áreas – à Biblioteca Municipal Almeida Garrett para a conversa “Saúde Mental e Polícias". Uma oportunidade para desmistificar a imagem de heróis.

Citando August Vollmer, o presidente da Câmara do Porto lembrou a ideia estereotipada de que “um bom polícia devia reunir a sabedoria de Salomão, a coragem de David, a paciência de Job, a liderança de Moisés, a bondade do Bom Samaritano, a diplomacia de Lincoln, a tolerância do Carpinteiro da Nazaré”.

No entanto, reforça Rui Moreira, e apesar de ser essa a expetativa da sociedade, “os polícias não são super-heróis”. Na abertura da iniciativa, o autarca afirmou que “é exatamente por os super-heróis só existirem no domínio da ficção que devemos ter mais conversas como a de hoje”.

“Conversas que sensibilizem a opinião pública para os riscos mentais que a atividade das forças de segurança encerra, numa sociedade cada vez mais complexa, mediatizada, volátil e imprevisível”, enfatizou o presidente.

Certo de que a profissão de polícia “é uma das mais exigentes e escrutináveis”, Rui Moreira lembrou como um agente está, hoje, “exposto não só ao risco das ações policiais mas também ao escrutínio ad nauseam, na sua maioria feito num plano assimétrico, ou seja, sem direito a resposta”.

Por isso, considera, para falar de saúde mental nos polícias, “é preciso ter uma noção abrangente de contornos como as expectativas dos cidadãos em relação à polícia, o sentimento de insegurança, a gestão política da segurança pública, as condições objetivas de trabalho, as lideranças policiais e a relação trabalho-família”.

A que acrescem fatores como a exaustão emocional, a depressão, a ansiedade, o stress pós-traumático, as doenças cardiovasculares, os riscos metabólicos, a ideação suicida, ou as dificuldades de adaptação física aos turnos.

Também por isso, também para eles, o Município do Porto vem assumindo a saúde mental “como primordial”. “Mais do que tomar medidas avulsas ou de mera reação, construímos um sistema integrado que atua em três vertentes: formação, prevenção e tratamento”, recorda Rui Moreira.

Perante uma plateia de agentes, o presidente da Câmara reforçou a certeza de que “só polícias motivados e equilibrados do ponto de vista biopsicossocial podem cumprir a sua missão com o grau de exigência que, legitimamente, a sociedade lhes exige”.

“Vivemos num país em que as pessoas continuam a considerar que os polícias fazem parte da sua família. São seus. É isso que nós não podemos perder”, concluiu o autarca.

O SER é um projeto criado por um grupo de várias personalidades da cidade que tem como grande objetivo de combater o estigma social associado à doença mental. Junta profissionais das áreas da saúde, investigação, cultura, educação e comunicação social, ligados a instituições de referência.

 

Fonte: CM Porto
Foto: CMP | Andreia Merca

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