4 Feb 2022, 0:00
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O presidente do Núcleo Regional Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro alertou que os doentes oncológicos foram “abandonados” durante o período de pandemia.
Em declarações à Lusa, o oncologista Vítor Veloso disse que “os resultados serão dramáticos, pois a maioria destes doentes já não tem cura, terão uma sobrevida muito curta e má qualidade de vida”.
“O tratamento será mais violento, custará ao Estado, envolverá um número maior de profissionais de saúde e os resultados serão inadequados, porque o que queremos são curas, sobrevida longa e ótima qualidade de vida, e isso não acontecer em breve”, afirmou.
Vítor Veloso disse estar “esperançoso” que os responsáveis “olhem para os doentes oncológicos e vejam que esses indivíduos foram mal tratados, ignorados e que é preciso pôr mãos à obra para lhes dar o que têm direito e que está constitucionalmente consagrado” .
Citando dados do Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o presidente do Núcleo Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro disse que “não foram feitos mais de 13 milhões de contactos presenciais ao nível dos cuidados primários entre março de 2020 e novembro de 2021”.
“Foram 500 mil cirurgias canceladas em hospitais, 3,8 milhões de emergências em hospitais que não aconteceram, foram 1,2 milhão de internações que não foram realizadas. Tudo por causa da pandemia de Covid-19, frisou.
Recordou que, “ao contrário das doenças crónicas, que também são altamente penalizadas, o cancro não pode esperar, o cancro tem um tempo e se esse tempo não for cumprido, representa uma situação que vai da cura à morte”.