16 Apr 2025, 7:47
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O presidente da Câmara do Porto considera normal que o consórcio que irá construir a linha de alta velocidade entre o Porto e Oiã questione a localização da estação de alta velocidade em Gaia, mas deixou uma garantia, na segunda-feira à noite, 14 de abril, durante a Assembleia Municipal: o Município terá "uma palavra a dizer" sobre eventuais alterações ao projeto.
"Trata-se de uma tentativa do concessionário de resolver alguns problemas que existem com o projeto em Gaia", afirmou Rui Moreira, acrescentando: "A estação de Gaia, que logo depois tem de levar uma estação de metro, é tão funda, tão funda, tão funda, que provavelmente vai ter uma saída para a Nova Zelândia, porque fazem no sítio mais improvável em termos orográficos".
O presidente da Câmara sublinhou, perante os deputados municipais, que "parece normal que alguém olhe para aquele projeto e pergunte se aquilo faz algum sentido".
"Se alguém está agora, tardiamente, a olhar para isso, com certeza que depois virão falar connosco e adequar eventuais alterações aquilo que é a nossa vontade porque, apesar de tudo, teremos seguramente uma palavra a dizer", referiu.
As considerações de Rui Moreira surgiram durante a apreciação do relatório de avaliação da execução da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Campanhã - Estação, apesar de antes da ordem de trabalhos o deputado Rui Sá, da CDU, ter questionado o presidente da Assembleia Municipal se tinha sido informado sobre o tema.
Aos deputados municipais, Sebastião Feyo de Azevedo assegurou não ter recebido nada e ter acompanhado o caso através da comunicação social, tese confirmada pelo presidente da Câmara: "aquilo que informei o sr. presidente da Assembleia, e é verdade, é que o Executivo não tem qualquer informação sobre esta matéria". Tudo isto levou o deputado Rui Sá a considerar a situação "um desrespeito pelo Porto".
Também José Maria Montenegro, do movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto", disse ser "o momento" de o Porto se dar "ao respeito com outra seriedade". "Isto é um tema que nos devia afetar. Jogam e brincam no nosso território, e não somos tidos nem achados. É um desrespeito. Devíamos dar-nos ao respeito e devíamos pensar em como fazê-lo", defendeu.
Pelo BE, Elisabete Carvalho disse não fazer "sentido nenhum" a proposta ter ido a votação em Gaia.
Sobre o relatório de avaliação da execução da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Campanhã – Estação, o deputado do PSD, Manuel Monteiro, evidenciou algumas áreas que o relatório apresenta, "com um conjunto de mudanças infraestruturais muito profundas" na zona.
Já o deputado socialista Rui Lage lembrou que, "a partir de 2013, a cidade voltou a falar de Campanhã e com o seu destino". Ainda assim, disse, "não assistimos ao renascimento da freguesia. Ao fim de 12 anos sabe a pouco".
Em resposta, o presidente da Câmara recordou que "a cidade desistiu de Campanhã", antes de 2013. "Diz o relatório que 59% das ações estão em curso. Houve um aumento significativo das transações", disse Rui Moreira, acrescentando: "Nunca nos comprometemos com prazos. Espero que, agora que vem aí uma campanha eleitoral, não digam que vão resolver os problemas em cinco meses. Estou convencido que aquilo não vai voltar para trás".
Paulo Vieira de Castro, do PAN, garantiu que o relatório "é excelente. Um documento que nos traz o investimento, mas também resultados objetivos".
O documento foi aprovado com os votos favoráveis do movimento "Rui Moreira: Aqui Há Porto", PS, PSD, BE, PAN e Chega e o voto contra da CDU, que apresentou uma declaração de voto.
Fonte: CM Porto
Foto: CMP | Andreia Merca