12 May 2023, 0:00
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A norma da Direção-Geral de Saúde (DGS) foi publicada na quarta-feira e torna oficial uma prática que já acontece em vários hospitais. O jornal de Notícias, que avança a informação, escreve que a nova orientação resulta de uma proposta da comissão que estudou soluções para fazer face à falta de médicos.
Os médicos de Obstetrícia e Ginecologia estarão sempre nos partos mais complexos e que exigem o uso de instrumentos. Nos partos normais, serão os enfermeiros especialistas a assegurar todo o processo, desde o internamento até às primeiras horas de vida do bebé.
A orientação da DGS clarifica quem faz o quê nos partos de baixo risco e naqueles que exigem maior vigilância. Assim, o enfermeiro passa a poder internar uma grávida em trabalho de parto de baixo risco e será, preferencialmente, o responsável pelo parto. O médico, obstetra, anestesista ou pediatra, só é chamado se a situação for mais complexa. Por exemplo, em caso de cesariana, se forem gémeos ou se o bebé estiver em posição contrária à habitual. O JN adianta que a norma resulta de uma orientação da comissão liderada por Diogo Ayres de Campos, que estudou soluções para as urgências de Obstetrícia e Ginecologia. Ouvido pelo JN, o médico admite que tem dúvidas que esta orientação ajude a aliviar as equipas médicas, porque elas já estão muito reduzidas, mas permitirá rentabilizar os recursos humanos, numa altura em que faltam médicos especialistas em muitos hospitais.
O jornal acrescenta que 80% dos partos são de baixo risco, ou seja, podem ser feitos apenas por enfermeiros especialistas.